quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Olhos negros, negro não é meu amor

Teus olhos negros. Procurei a pureza do teu ser desconhecido.
Mas em mim encontrei amor, não te conheço.

(09/12/2010)

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Voltar

Quando voltou, as fotografias não estavam mais lá. Nas prateleiras do corredor, pó e panos velhos.

Tarde demais, achou. Havia partido. Ela sempre esquecera das pessoas importantes, e agora estava ali, lamentando a dor da qual sempre fugiu, pela falta de coragem, para enfrentar a vida. Tinha medo de dar errado, mas esquecia que tudo é somente pretexto para refazer.

Por não entender, acabou por esquecê-la. Abandonou quem esteve cuidando dela todos os dias, quem a levantaria caso fracassasse.

Diante da verdade, não pôde conter. Simples vieram e assim foram. O passado era, um ponto final.

Esqueceu-se do que esquecera e do sofrimento. Andou até o quarto onde dormia. O primeiro a direita. Gostava de rabiscar a paisagem e os detalhes. As lembranças de brincar voltaram, quando uma mão tocou seu ombro. Fria, mas também real.

Virou-se. Mal acabara de sorrir, desapareceu. Arrependeu-se do tempo. Sentiu mais saudades. Um último contato foi possível. Da janela, um estalar de beijo. Mirou com rapidez, e viu seu corpo entregue partindo.

(algum dia de novembro)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Divagações

O que se pode esperar de um corpo morto?

(09/11/2010)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Devaneio

Tu, fostes.

Mas voltas, como todo vento regressa. Eu fiquei.
Aguardando sempre. A mão junto ao peito, olhos marejados, e uma certeza.

Sei que vais retornar.

De mim, flores, para quando voltares.

(03/11/2010)

Retorno

Meu jardim

Tens a seda das flores
A beleza das rosas brancas
Tens meus beijos em teus lábios
Meu corpo colado ao teu.

Meu jardim só tu soubeste ser
Sempre magnífico e exuberante
Somente tu soubeste sobreviver
E tão somente de ti careço agora.

Foi de ti que me lembrei
Corri para cuidar e mimar
E tu cresceste formoso e forte
Um imenso jardim tu és.

Hoje tens todas as flores
As mais belas cores
És grandiosa vida incessante
Lindo jardim por mim cultivado.

(Para Marcelo - 03/11/2010)

sábado, 9 de outubro de 2010

A vida tal como eu quero!

Cansei de ser tratada como um boneco inútil. Vou viver agora como se nada mais importasse, senão as flores de meu jardim. As quais cuidarei com carinho para quando você chegar.

Porque se ninguém se importa, não há o que temer. Agora serei feliz, e nada mais, nem mesmo correntes, conseguirão me deter.

Minhas asas, por favor, não parem de bater. Me acompanhem a dar voltas ao mundo, e jamais esquecer de voltar, para cuidar da única coisa que me resta.

(09/10/2010)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Insensatez

Quando os ventos trarão a beleza das almas?
(06/10/2010)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Desculpa dizer tudo isso

Eu peço desculpas por dizer tudo isso, você não tem a ver com os meus problemas, sou eu que os causa...mas, se paro e penso; o mundo podia ser diferente para mim! Eu podia enxergar de outra maneira o que há aqui dentro! E será que não seria mais fácil? Não seria mais simples? Menos dolorido?

Você não é a culpada de nada...mesmo porque eu acho que não existe culpado ou culpada nessa história toda. Mas eu só acho que o rumo da vida poderia ter sido modificado, desviado do que é hoje. Se não fossem as escolhas que foram feitas no passado, ou não foram feitas? Fui tudo apenas algo sem pensar? Sem planejar?

Era para ser tão melhor...Ah, e eu sonho com esse melhor às vezes. Isso dói, rasga o peito...como rasga. Acho que já me acostumei a conviver com o que dói, o que assola...mesmo assim eu sigo caminhando, simplesmente andando como se nada demais estivesse acontecendo. Eu torno a minha dor algo natural. Isso me preocupa! Eu me acostumei a sentir dor! Minha dificuldade agora é demonstrar estar ferida...Eu não consigo convencer ninguém de que realmente preciso de ajuda.

Mas, eu te amo. Como te amo, impossível não te amar. Se eu conseguisse não amar quem me pôs no Mundo, quem me carregou no ventre por meses, sentiu as dores. Agradeço por estar aqui, esse foi o maior e melhor presente que já me foi dado. E eu nunca conseguirei agradecer de uma forma a altura, mesmo que eu queira. Só que eu gostaria de dizer que colocar alguém no Mundo não é fácil...precisamos ter disponibilidade para ter cuidado, carinho, amor, respeito. O nosso tempo fica comprometido pelo resto da vida.

Você não fez isso...tudo bem, eu não quero que fique magoada, eu entendo suas razões, eu juro que hoje eu entendo. Eu não sei porque estou escrevendo esse texto que você nunca terá acesso, nunca poderá ler e entender minhas lágrimas, mas eu estou escrevendo, porque eu acredito no poder da escrita, do colocar para fora apenas.

Quero que você saiba, com tudo isso, que eu sinto sua falta. É só isso na verdade. Eu não queria estar aqui agora chorando e escrevendo um texto triste sobre como eu me sinto...Eu só queria poder estar te abraçando, ou perto de você. Gostaria tanto, mais tanto de acordar e ver o seu sorriso. De olhar nos seus olhos e dizer eu te amo, obrigada por tudo. Eu também me culpo por não poder fazer isso.

Eu ainda tenho muitas escolhas a fazer na vida. Quantas delas me deixam com receio...Eu tenho medo de por em risco a felicidade de alguém, que eu ame tanto a ponto de entregar-me completamente. Eu levarei comigo o que passei. O que aprendi durante anos sobre saudade, angústia, solidão. Apesar de sofrer com a sua ausência, eu agradeço todos os dias por ter a sorte de perdoar, compreender e levar comigo uma lição: jamais deixar quem a gente ama de verdade.

Eu te amo, mãe. Eu sempre vou te amar, não importa o quão longe você esteja agora, quantos quilômetros nos separe. Sempre que precisar saiba que estarei de braços apertos para suas necessidades.

Com amor,

Sua filha, Catarina.
(17/09/2010)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Desassossego

Eu só queria mais atenção,
mais carinho, mais paixão.
Eu só queria mais amor,
mais afeto, mais calor.

Mas o que tenho é desprezo,
é desassossego, solidão.
O que tenho é ser evitada,
tratada como um senão.

Se reclamo, estou errada,
me ignoram, me abandonam.
Mas sou forte, buscarei abrigo.
Estarei sempre junto contigo.
(15/09/2010)

sábado, 28 de agosto de 2010

Você em sonho e realidade

Abri o primeiro dos portões. Libertei-me do mundo do outro lado, agora eu tinha chance de criar minha própria fantasia, torná-la minha verdade. Nesse exato momento invadiu-me um cheiro profundo, como uma avalanche de sonhos. Soube distinguir, naquele ponto eu entrará em outro Mundo, meu, onde tudo seria desenhado por mim, sem que ninguém pudesse dizer-me se era certo ou errado, melhor ou pior. Era meu sonho, meu Mundo, nele eu imaginaria até mesmo o irreal. Por um só segundo cerrei meus olhos e respirei o aroma que vinha-me, encontrei-o, era colorido. Figurei a vida a partir dali. Uma ilha de felicidade, rodeada por amor, habitada por você e eu. Abri o outro portão, segui sorrindo. (27/08/2010)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Hoje você precisa do Mundo

Para meu avó, espero que o senhor fique bem o mais rápido possível.

Soneto para você ficar bem

Fecho meus olhos e peço com força
Que todos os anjos se reúnam
Que todos o protejam
Que não haja nada errado

Imploro que fique bem logo
Choro a Deus para que ele não te leve
Com fé, desejo sua volta
Que tudo fique bem

Então rezo uma bela prece:
Oh, meu Senhor, escuta-me
Atende meu chamado

Cuida desse anjo com carinho
Não o leva desse mundo
Tão carente de boas pessoas, amém.
(18/08/2010)

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Aprendendo

Se pedras no caminho eu encontrar...construirei um castelo.
Este será um lindo lugar, para que eu possa me abrigar.

Se chovendo estiver...correrei bem depressa.
Já sem pedras no caminho, em meu castelo vou ficar.

Quando muito sol fizer...me apressarei em regressar
Terei uma sombra, uma lugar. Meu castelo, meu lar.

(10/08/2010)

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Calada

O silêncio

...

tudo o que me resta é um vazio silêncio, em meio ao caos nesse Mundo.
não há mais palavras, pois encontro-me muda a mim mesma.

(03/08/2010)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

etc, etc, etc...

Nunca ninguém entende razões,
Porque se nega a parar e se colocar no lugar de quem dói.

A dor do outro não incomoda,
Ate que ela vire algo que te perfura profundamente.

Flores sempre encantadoras,
Espere todas do seu jardim secarem, verás que não são o que parecem.

Difícil perceber o outro,
Mais ainda olhar para dentro e se encontrar.

Somos todos egoístas,
Recusamos ajuda a nos mesmos.

etc, etc, etc...

(17/06/2010)

domingo, 13 de junho de 2010

Tarde

O silencio dominava o ambiente. Mas não seus corpos, que gritavam um pelo outro. As luzes apagadas os envolviam ainda mais. Deixavam seus contornos mais encaixados e aquecidos.

De olhos cerrados os dois vivenciariam somente um sonho. Mas o momento era a mais verdadeira realidade. Isso os fazia tão felizes, mal conseguiam guardar as emoções dentro dos peitos. Estavam encantados um com o outro e com toda a situação.

Foi em uma tarde incomum, totalmente diferente das outras, que o amor falou mais forte que o esperar, que o medo e que todas as outras coisas. Não podiam mais esconder o fato de se amarem infinitamente e do desejo que sentiam. Naquele instante não puderam mais resguardar o grande sentimento que os preenchiam. Se amaram, juntos sorriram contentes. (13/06/2010)

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Procura-se: Catarina

Perdida entre barulhos, pessoas e todo o movimento de São Paulo, quase encontrei-me em um jardim. Tão raro, de cores vivas e tons apazinguantes. Era o que eu precisava naquele momento. Somente o silencio, ouvia-se o barulho das folhas rebatendo-se umas contra as outras, ah, que som! O vento soprando, rápido, estonteante.
Eu sentia a brisa correndo minha pele. Envolvendo-me, seduzindo-me. Sussurravam versos e versos. Pura poesia. Não entendo como consegui negar tal chamamento. Talvez não fosse a hora, não fosse o momento propicio. Mais uma vez ele fugiu de mim, ou eu dele. Querendo escapar de qualquer revelação, entendimento.
Arrependo-me de não tê-lo encarado. Um encontro era tudo o que eu mais necessitava, mas eu ia contra todas as minhas necessidades. Ia para um lugar distante, muito longe daquele encantador jardim que acabara de achar.
Mais uma vez perdi-me em meio aquilo tudo. Doei-me ao vento. Voei longe, para onde olhos não são capazes de enxergar. Mais uma vez driblei o destino. Apesar de muitas vezes desejar uma coisa somente: encontrar-me. Seja lá onde for. (11/06/2010)

terça-feira, 8 de junho de 2010

Oração

Que a vida sempre nos leve adiante, independente de qualquer problema.

Que nunca nos esqueçamos o que nos faz seguir em frente todos os dias.

Que haja mais motivos para sorrir que para chorar.

Que em nossos caminhos se encontre mais felicidade.

Que você esteja ao meu lado, desde o nascer ate o pôr-do-sol.

Amém.

sábado, 5 de junho de 2010

Solidão

Fazendo planos, enquanto o mundo gira, sem esperar, ou, ao menos, ajudar, -se o quão todos estamos. Que nada para, nada cessa um segundo, mesmo quando estamos caídos com as mãos erguidas suplicando. O que imploramos é somente compaixão, será pedir muito? (madrugada de 05/06/2010)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Dores inesperadas

Há vezes em que a vida nos da uma punhalada pelas costas, como dói!

O pior é chorar sozinho, sem que ninguém dê importâncias às suas dores.

Mas dessa vez não convêm dizer que "faz parte da vida", sofrimentos como esses poderiam muito bem ser evitados. Dessa vez não foram, e eu tive de sofrer , comigo mesma.
(04/06/2010)

terça-feira, 1 de junho de 2010

Um sonho

Elaboro um turbilhão
Dentro de minha cabeça
Somos apenas um
Cavalgando o mundo

Desvendando segredos
Amando-nos infinitamente
Corremos a fim de perigo
Abraçados, estamos protegidos

Ah, quantas aventuras!
De tantas conquistas
Cruzamos o mundo
Pela certeza de nosso amor

E, ao final, descobrimos
Que a duvida era certeza
Somos anjos da Terra
Temos as asas entrelaçadas
(para Marcelo - 27/05/2010)

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Cadê, cadê?

Minha voz fala em silêncio
Dores, dores e mais dores
Chora calada e afogada
Uma lágrima após outra

A cada soluçar que vem-me
Mais uma gota cai seca
E, inutilmente, eu tento
Seguir buscando o que não encontro...
Felicidade.
(26/05/2010)

sábado, 15 de maio de 2010

Poucas linhas

Resumidamente,
Exponho o que explode em mim
Dou-te um beijo e um abraço.
(15/05/2010)

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Aniversário

Dia bom este, em que nos tornamos mais velhos. Passamos a carregar mais responsabilidades nas costas, nos tornamos mais independente e ganhamos um ano a mais em nossa bagagem de "experiência de vida".

Comecei a pensar no assunto quando ouvi uma garota dizer que não quer fazer 17 anos. A explicação dela foi que terá de ter mais responsabilidade. Certa vez aprendi de uma professora que crescer é bom, mas dói, porque liberdade vem acompanhada de independência, que traz junto as obrigações.

Gostaria era mesmo de saber por que temos tanto medo de nos tornarmos adulto. Quando éramos criança tudo parecia tão normal, ser mais velha era nosso sonho. Hoje, talvez, seja o maior pesadelo. (14/05/2010)


quarta-feira, 12 de maio de 2010

Não sobrevivo

Sobrevivo a todas as batalhas
Enfrento leões, multidões
Mas morro sem você.
(12/05/2010)

terça-feira, 11 de maio de 2010

Meu primeiro Haicai

Entorpece-me o perfume dos lírios
Ludibria todos meus sentidos
Ventos roubam meus pensamentos
(11/05/2010)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Piada

Era uma vez um urso que não tinha bunda, foi sentar e deitou.

(Desculpem a inutilidade da postagem. :)

domingo, 9 de maio de 2010

Mamãe

Para minha mãe: que você seja muito feliz hoje e sempre.

Te agradecerei eternamente

De todas as mulheres, és a mais bela
Não há quem eu ame mais
Em ti, admiro até mesmo os erros
Entre tudo, és quem me traz mais vida

Desde o dia em que te vi a primeira vez
Já sabia que teria muito a que agradecer
E por mais que estejamos longe
Nosso amor nos une, pelo coração

Em cada gesto de carinho
Um beijo ou um abraço
Ficara a lembrança inesquecivel
Dos momentos contigo, obrigada
(17/11/09)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Pensamento

Eu só queria mesmo era não ser nada para algumas pessoas. Não ser tratada como objeto, que pode ser descartado quando sem função. Eu tenho sentimentos, como todas as pessoas. Me sinto um objeto, me sinto um lixo. (06/05/2010)

terça-feira, 4 de maio de 2010

Vida, árdua vida

Entender que a vida não é sonho é difícil. Perceber que quedas são inevitáveis, que machucados são indispensáveis, não são coisas simples. O mais complicado mesmo é olhar e ver que, sem as derrotas, não haveria sucesso. Para vencer é preciso aprender a perder primeiro. Nada vem de graça,  nada é tão fácil, nem tão difícil, quanto parece. Tudo depende da vontade de querer, mesmo que no meio do caminho muitas escorregadas tenham sido necessárias. A mais fundamental das lições é compreender que lutar independe do número de tropeços, que o levantar tem de ser mais importante que chegar ao final. Dar-se ao máximo será recompensado, mesmo porque depois da tempestade vem sempre a calmaria. (04/05/2010)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A verdade toda

A verdade é que cansei. Que cheguei ao ápice do cansaço. Que desisti, que me entreguei. A verdade é que chega um hora em que não se pode aguentar. Que carregar o Mundo nas costas tem um peso maior.
A verdade é que me cansei de mentir, de me enganar. De fingir uma felicidade que não é minha. De passar a mão em cima da minha própria cabeça. De guardar o choro durante tanto tempo.
Agora, eu vou colocar tudo para fora. Doa a quem doer. Eu vou pensar no meu bem-estar. Mesmo que seja egoísmo. Penso em mim a partir de hoje, porque senão, nunca ninguém pensara. Sou eu a única que pode me salvar desse mar de egocentrismo exagerado. Sabe, agora eu entendi que é mais importante que eu me agrade. Os outros que se virem, eles nunca perguntaram a minha opinião. (03/04/2010)

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Eu te amo, apesar de tudo

Apesar de tudo

Finjo não te ver, não te querer
Quando tudo em mim grita
Mesmo assim eu continuo a me contrariar
Como posso simplesmente dizer não?

Sei que quando você se for
Sentirei sua falta
E assim verei o quanto te quis
Sempre então lembrarei de ti

A menos que te diga agora
Talvez eu ainda tenha tempo
Será que há coragem em mim?
Não sei, acho que nunca saberei

Apenas peço que não se
Continue a me amar
E mesmo que eu te rejeite
Saiba que sempre te amei
(15/09/09)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Alma do desassossegado

Minh'alma não se aquieta com a repetição. Desassossega quando não pode ser livre. A minh'alma precisa de liberdade, de bons e fortes ventos para voar. Precisa de vastidão para seguir sem rumo. Mas vezes em que tudo o que ela precisa está contido no Sol de todas as manhãs, e na Lua de todas as noites. Ela quer apenas roubar o brilho da mais brilhante estrela, porque se encontra triste, como nesse exato instante. (28/04/2010)

terça-feira, 27 de abril de 2010

Voando

Algumas vezes eu gosto de abrir os abraços para sentir um ventinho bater no rosto. Eu fecho os olhos para tentar ter certeza de que estou voando, mas ainda tenho os pés colados ao chão.

a noite, eu não tenho mais os braços abertos, mas em sonhos sou livre para poder voar. Sou eu quem controla minha alma nessas horas.

Talvez eu até voe ao abrir os braços, porque viagens não precisam ser corporais, e sim espirituais. (27/04/2010)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Procuro-me

Sabe aqueles dias em que acordamos sentindo saudade de nos mesmos? Esses dias eu aproveito e me procuro, mesmo que leve um tempo muito grande, mesmo que eu não me encontre. Não me importo se toda essa vontade de me achar em qualquer lugar que seja nunca se acabe. Que a luta termine sem resultados. A busca nem sempre traz ótimas novidades, mas ela, em si, é necessária todos os dias. O que seria de nos não fosse a busca pelo nosso próprio ser durante a vida inteira? Alguns se encontram mais fácil e rapidamente que os outros, isso é verdade, mas não fosse a incessante vontade de nos encontrar, de nada valeria viver. As verdades são ditas somente nos momentos em que nos encontramos. Há varias vezes que achamos a nos mesmos mas depois nos vamos, como o sopro do vento que bate todas as manhãs na janela do quarto. A gente se perde, simplesmente voa para longe. Demora até que nos reencontremos. Mas esse reencontro é tão bom, que sinto mais alegria em me perder que me encontrar. Se me encontro, é apenas para que eu me perca mais uma vez. Desejo, na verdade, que esse perder e encontrar nunca se acabe, para que eu continue a viver. (26/04/2010)

domingo, 25 de abril de 2010

Aos amigos

Sinto falta dos momentos em que riamos apenas por rir. Daqueles dias em que um consolava o outro. Dos nossos beijos e abraços sinceros. De conversar sem cabeça, e outras totalmente complexas. Sinto falta de tanta coisa. Tantos dias que passamos juntos, outros longe. Mas foram dias felizes, porque tinhamos uns aos outros. Lágrimas podiam escorrer, mas logo alguém aparecia para ajudar, dizer palavras amigas, e tudo se resolvia. Como era bom, meus amigos, ver o sol nascer e tê-los dormindo no mesmo quarto. Ouvir um "bom dia" assim que acordasse. Era engraçado ouvi-los cantar, contar piadas, ou apenas narrar alguma cena desastrosa. Ah, como eu sinto falta dessas coisas! E quando eu mais preciso, relembro-as. Abro um grande sorriso e saio andando de novo. Agradecendo por tê-los em minha vida. Lembro também que faltam poucos passos até que eu os encontre outra vez, para reviver todos esses dias felizes. (25/04/2010)

sábado, 24 de abril de 2010

Amor de sábado

Amor de criança

Corre rapidamente, como se fosse vento
Arrepiando e suspirando
Voa, voa lepidamente doce criatura
Carrega contigo todo o prazer

Passeia pelo teu brinquedo
Acaricia a pele seda
Encontra uma parte esconderijo
Cria asas e flutua sobre minh’alma

Cerra teus olhos e sente a vibração
Deixe de tocar e comece a imaginar
Finge todas as tuas fantasias
Esquece-te da vida, lembra de mim

Deixa os sonhos serem realidade
Abre teus olhos e me beija
Faz de conta que sou tua boneca
Faz-me tua, meu amor
(23/04/2010)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Paixão de fim da semana

Desejo

Sobre a cama, esticado, um corpo nu belíssimo
Leite derramado em sua delicada pele sedosa
Chama pelo meu, espera meu deitar ao seu lado
Aguarda a oportunidade de ser tocado com amor

Meu coração bate ao ver-te assim deitada ao leu
Desejo poder sentir toda parte desse teu corpo
Levar meus dedos por teus contornos fascinantes
De ti quero sentir o pulsar e o arrepio pelo toque

Os teus cabelos irão de encontro as minhas mãos
Para que eu possa derrama-los sobre meu corpo
Tocarei sua boca com leveza, mordendo seus lábios
Suas costas sentirão o arranhão de minhas unhas

Terás todos os meus beijos em tua doce carne
Sentirei o gosto de amar a mulher mais encantadora
Por um instante terei-a colada ao meu corpo
E tu terás a mim dentro de ti pelo tempo necessário

Farei sua mão percorrer cada centímetro de mim
Verás a maciez de um corpo que te deseja muito
Entenderas o sentido de um desejo verdadeiro
Nos entregaremos, e em sua cama faremos amor
(27/03/2010)

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Velharia

Era assim que eu me sentia quando você estava longe.

Eu...

Queria estar perto
Mas estou longe
Queria estar presente
Mas estou ausente

Queria sair
Mas estou sem presa
Queria te ter
Mas estou distante

Queria busca-lo
Mas não tenho como
Queria você perto
Mas não por um instante

Queria conversar
Mas não tenho palavras
Queria te abraçar
Mas não te tenho aqui

Queria não ter saudades
Mas isso parece impossível
Queria não te querer
Mas isso seria mentira
(18/10/09)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Um fim de noite

Fim de noite

Mais um dia se vai. O sol desaparece completamente. Tudo o que sobrou foi o céu, agora quase negro. Não fosse a imensa lua, e as estrelas. As pessoas na rua ainda riem. Parecem não notar, mas as luzes da cidade começam a se acender. A noite chega. E com ela o frio. O silencio. Uma bela cidade então nasce outra vez. Toda sua beleza. Seu encanto.

O céu se ilumina mais uma vez. A alegria parece voltar. O frio e o silencio são esquecidos. As ruas ficam cheias. Pessoas por todos os lados. Elas conversam, riem, estão felizes. O fim do dia lhes traz algo a mais, uma sensação boa. Talvez se sintam bem com aquele céu cheio de luz. Com todas aquelas risadas.

Infelizmente as horas passaram, e com ela a noite se foi. As sensações boas. As pessoas. As risadas. Ate mesmo a lua e as estrelas. Mas o fim da noite trouxe também a certeza de um novo dia. De um novo começo. Talvez, um outro fim de noite. (algum dia, de um algum mês, em algum ano...todos desconhecidos)

domingo, 18 de abril de 2010

Desespero

dias em que por mais que eu abra a janela, o sol insiste em não nascer para mim. Parece que o mundo se afastou. Me sinto abandonada pela luz de quem tanto amei. São dias esses em que nem mesmo o vento sopra contra meu corpo, fazendo meus cabelos voarem. Deixam que eu esqueça de me arrepiar diante de seus carinhos.

Assim, lágrimas escorrem de meus olhos. Não se cansam de cair. Tentam provar ao céu que sinto falta de seus encantos. Choro como se gritasse dizendo para voltarem, que não me deixem sozinha mais uma vez. Tenho esperança de que me escutem e que retornem.

Me canso, enfim, de chamar e não ter resposta. Deito em minha cama fria e acabo adormecendo, vencida pelo cansaço. Sonho com brilhos nunca vistos, brisas não sentidas. Sonho que jamais acordarei para não ter de ver a tristeza de meu mundo real.

Em um segundo, tudo muda. Abro meus olhos e vejo um brilho mais radiante que do sol. Sinto um sopro mais arrepiante que do vento. Lágrimas voltam a rolar pelo meu rosto, aliviadas. Nesse instante, não sei se sonho ou se vivo a mais pura realidade. (18/04/2010)

sábado, 17 de abril de 2010

Nada demais para um sábado

Poemas antigos fazem parte de dias em que não se tem inspiração...rs

Saudade

A saudade que me invade
Que fica presa ao meu peito
Eh o querer bem
Eh a falta de um amor

A saudade eh o que nos separa
Eh a distancia entre dois corpos
A saudade eh a ausência
Eh a solidão em que me encontro

Ter saudades
Sentir falta
Eh amar e não estar junto
Eh desejar e estar longe

Distante de ti
Ao mesmo tempo perto
Meu pensamento
Minha saudade te perseguem
(6/10/2009)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Complexidade

Quem sou eu para falar dela?

A vida nos reserva surpresas inimagináveis. Algumas boas, outras, infelizmente, ruins. Sejamos positivos, algumas não serão tão boas, mas, com certeza, terão sua importância.

Tenho medo, como talvez muita gente tenha, do que tenho guardado para o meu futuro. Não sei se muitas caídas virão, se haverão glorias. Espero, apenas, poder me levantar cada vez que eu tropeçar e cair. Mais importante do que ganhar eh aprender com a derrota. São elas que nos ensinam realmente, pois, como se diz muitos anos, eh errando que se aprende.

Anseio e temo o que vira. Anseio pois sei que muito aprenderei, e temo, pois não tenho a mínima ideia do que ainda vou viver. Sou alguém que não se preocupa em tentar descobrir, pois sei que eh inútil procurar saber do futuro. Mesmo que consigamos, a vida nos pregara peças, fazendo o certo ser incerto, e o incerto ser certo. Assim eh a vida, cheia de surpresas. O melhor que temos a fazer eh seguir em frente, caindo e levantando, sorrindo e chorando, o importante eh continuar, porque a vida, a vida eh incerteza, reserva felicidade e infelicidade, mas sempre acaba bem, mesmo porque morreremos. Talvez essa seja a única grande certeza que teremos a vida inteira.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Centesima!

Aproveito a oportunidade, para dizer que és a beleza que existe em minha vida.

Minha natureza

Minhas árvores, folhas
Elas cantam, proclamam
Sussurram versos aos meus ouvidos
Contam-me historias

Embriagam-se com o vento
Farfalham, sorriem, encantam-se
Vê-se em sua cor a felicidade
A claridade trazia pelo sol nascente

Transcorre, corre pelas flores
Projeta tua luz no chão, a me iluminar
Deixa tua marca em meu rosto
Brilha como se nunca precisasse se por

Faz as pétalas caírem, viajarem
Encontrarem-se com meu nariz
Trazendo-me um doce perfume
Esse que me lembra você
(para Marcelo - 11/02/2010)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Resposta duas

Belém, 25 de setembro de 1943

Meu amado,

não sabes o quanto estou em êxtase por receber tua carta, minha cabeça circula em redemoinho como os formados no rio pela embarcação que me trouxe até aqui. Não imaginas a sorte que tive, pois quase não recebi tua carta, quando ela chegou a Manaus eu já havia partido no primeiro barco, já estava indo pelo rio a caminho de Belém. Não fosse um anjo, uma alma caridosa, minha amiga e confidente Letícia Barros de Albuquerque, que ficou em Manaus a cuidar das minhas coisas, talvez eu estivesse agora ainda completamente angustiada por não ter notícias tuas, sem saber se encontraria novamente teu beijo, teus braços, teu peito junto ao meu, ou se encontraria tua lápide onde eu poderia apenas chorar o resto de meus dias. Letícia é uma atriz de uma rica família do Mato Grosso, que também veio a Manaus tentar a vida no Teatro Municipal, algumas vezes ela tem sido minha companhia e comigo chorou quando quase morri ao receber tua primeira carta. Meu Augusto, estes dias navegando me deixaram ainda mais triste, eu via o mundo vagarosamente passar e lembrava de cada feliz momento que passei contigo, do teu protetor abraço, que me fazia dormir sossegada, do teu sorriso cativante e sincero, que me acalmava, de tuas mãos a passear pela minha pele e pelos meus cabelos nas quentes noites do Rio de Janeiro, causando-me arrepios que não consigo descrever. Um remorso intenso esmaga meu coração por tê-lo deixado sozinho. Tu dizes que não foi egoísmo, mas bem sabes que foi, que eu pensei apenas em mim e no sucesso que eu faria em uma cidade nova e longe dos olhares reprovadores do meu pai. Ah, meu amor, perdoa-me, perdoa minhas inquietudes, meus arroubos de diva. Prometo nunca mais deixar-te, prometo largar-me eternamente em teus braços, faço tudo para sentir mais uma vez e para sempre teu coração a pulsar colado ao meu rosto. Cheguei hoje a Belém e espero logo conseguir partir ao teu encontro. Os dias se arrastam, eu sei, mas aguarda-me por favor, juro-te que valerá a pena. Se quiseres enviar mais notícias, envia para o Hotel Real aqui de Belém, eles saberão para onde encaminhar tua carta. Em breve estarei novamente em teus braços.

Sua amada eterna, Clara.

(por Marcelo Lima)

terça-feira, 13 de abril de 2010

Especial do dia (mesmo que ninguém leia)

Me perdi, outra vez

Mais uma vez me perdi, mas não como antes
O que ficou agora não fui eu, e sim vocês
Agora a viagem eh minha, eu fui embora
E o melhor de tudo eh que não quero voltar

Sinto que já não estou mais intacta
Ao contrario, fui totalmente mudada
Tenho a estranha sensação da mudança
Como eh bom ser diferente!

Arrependo-me por ter vivido parada
Não vi que eram necessárias reformas
Ainda bem que aconteceram em tempo
Estou feliz, porque finalmente cresci

Me perdi, mas, pela primeira vez, sei onde estou
Vou procurar manter segredo sobre esse lugar
Dou-lhes apenas uma dica, a mais importante
Procurem pelos seus próprios corações
(13/04/2010)

O que ninguém ve

Apesar de antigo, ainda é o retrato, a minha visão, sobre o mundo em que vivemos.

Caos

Para eles nada importa
Se estamos vivos
Ou a beira da morte
Eles não ligam para a gente

Mundo de egoístas
Hipócritas certos
Ninguém é o que diz
Ninguém é nada

Não há espaço para sonhos
Quase não se tem tempo para o sono
Status e dinheiro
Apenas isso os interessa

Assim vivemos todos os dias
Na ambição e na correria
Às vezes, não temos tempo de perceber
O mundo está um caos!
(7/10/2009)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Estranhos

Desesperada estranheza

Os olhos se abrem e a luz não ilumina. As lágrimas escorrem e o molhado não vem. O cabelo esta solto e o vento não sopra. A boca se abre e a palavra não sai. O corpo esta acordado mas a alma fugiu, a alma fugiu! (12/04/2010)


Estranha sensação

Ventos rondam o ar
Passam, sopram, sussurram
Acariciam meu corpo nu
Fecho meus olhos tristes

Sinto doce mão a brincar
Me percorrer, me sentir
Brisa macia a me acalmar
Abro os olhos admirados

Encontro luminosa escuridão
Tento resistir aos carinhos
Procuro fugir, estou presa
Olho, me encontro no céu
(12/04/2010)

domingo, 11 de abril de 2010

Para: essa noite fria

Nessa noite fria, sonharei, que juntos estamos.

Sonhar

Se recolher
Se imaginar
Na fantasia
Depois esquecer

Olhos fechados
Corpo e alma separados
Nada nos fará voltar
Não estamos mais presente

O irreal acontece
O impossível desaparece
A realidade é qualquer coisa
Vamos além, ao infinito
(17/09/09)

sábado, 10 de abril de 2010

Dentro de baus

Passado

Por la ficaram todas as cinzas
Todas as velas já queimadas
Ali, apenas o resto do que deixei para trás
O fogo que se apagou há tempo

Dentro de caixas, um passado
Mil coisas que prefiro não olhar
Tanta inutilidade e mistério
Escondo para que nunca o encontrem

Se um dia o achar, nem tente ver
Coisas que jamais entendera
Enigmas que nem eu mesma decifrei
Mas que guardo, não sei para que
(17/11/09)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Carta tres

Rio de Janeiro, 30 de agosto de 1943

Minha vida,

tu não sabes como temi que tua resposta nunca chegasse a mim. Como senti medo que uma carta tua não viesse, e que então fosse tarde demais para que pudéssemos voltar a nos encontrar. Clara, meu amor, a cada nascer de sol eu procuro teu sorriso, tento achar o teu perfume entre as flores, mas agora já não tenho mais forças, então resta-me apenas esperar que venhas, estarei lhe esperando meu anjo, tenha certeza de que nunca deixarei de esperar, mesmo que eu estivesse morto. Preciso de teu beijo, minha doce. Sentir tua pele macia junto a minha. Ah, meu amor, não consigo esconder minha emoção, tenho as mãos tremendo nesse instante e muitas lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Não diga que és egoísta, sei que não partiu por mal, e sim por necessidade. Eu poderia te-la acompanhado, mas fui um tolo, em pensar que longe de ti eu poderia viver. Vejo que minha vida longe da tua não acontece, que eu morreria se tua carta não tivesse ao meus braços chegado, e se eu não fosse tão covarde, tudo teria sido tarde demais. Agradeço pela tua resposta. Tuas palavras de amor, elas me caíram como gotas de chuva, leves e aconchegantes. Careço de ti Clara, agora e sempre, eternamente. Promete-me uma única coisa minha vida? Nunca mais partir? E se fores, deixa que a acompanhe? Por favor, permite que eu fique ao teu lado para sempre, cuide de ti minha bela. Aguardo teu regresso. de saber de tua volta sinto-me completo e disposto. Meu coração bate com força e tenho alegria para continuar vivendo. Estarei esperando na porta da estação de trem. Amo-te alem da minha vida, por ti faria o impossível. Boa viagem.

Com amor,

Augusto Borges.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Saudade

Ao acordar olho para os lados, procuro um abraço, um beijo carinhoso. E tudo o que encontro são paredes, objetos, frio e saudades.

Em dias assim, em que o frio paira sobre a cidade, me congela o corpo saber que está longe. Dói-me o peito toda vez que ele bate sem o ritmo do seu coração perto para acompanhar.

Talvez o gelo do meu corpo derreta, talvez não. Talvez o frio na cidade cesse, talvez não. Talvez a chuva me molhe, talvez não. Mas se ela molhar, o gelo vai derreter, o frio vai cessar e meu amor, eu te juro, que vou correndo te encontrar. (08/04/2010)

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Realidade

Coisa breve, para um dia corrido.

"Assim são as coisas, acendem e apagam. Começam e terminam. Vem e vão. Assim eh a vida. Assim eh a morte." (4/1/2010)

Tudo parece tão breve, será impressão?

terça-feira, 6 de abril de 2010

Sensibilidade, as vezes nos falta

Hoje, bem atenta a detalhes, encontrei um vídeo precioso enquanto procurava alguma distração em meio ao tempo que eu tinha para gastar.

Sei que ninguém vai ler a minha postagem, e mesmo que leia, não vai achar o vídeo interessante.

Tudo bem, ele não passa nenhuma mensagem importante, não tem avisos sobre o Aquecimento Global e não chama atenção para nenhum problema qualquer. Mas, ao menos a mim, ele deixa um aperto no peito. Chama a atenção pela sensibilidade dessa garotinha.

Espero que gostem ao ver. Achei bastante comovente, resolvi compartilhar (se eh que tem alguém ai) apenas por achar muito interessante a forma que essa menininha encontrou para alegrar seu irmão.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Nascimento

Refazer
Desconectaram-se
Desligaram-se
Partiram-se
Desintegraram-se
Fizeram-se partes
Misturaram-se cores
Juntaram-se elementos
Combinaram-se substancias
Todos se reuniram
Diferente
De tal forma
Que um novo mundo nasceu
(05/04/2010)

domingo, 4 de abril de 2010

Dia feliz: Páscoa

Não sei muito bem o significado da Pascoa, para mim e muito menos para os outros. Mas gosto desse dia, pelo fato que de ser um momento de união. O almoço de domingo, que reúne a família inteira, aqueles parentes que vemos duas ou três vezes por ano. Eh uma data que vai muito alem do chocolate, traz um calor para dentro do peito, porque faz a gente se aproximar de quem anda longe quase sempre.

Nessa data, gostaria de desejar felicidade a todos. Desejar sorrisos, abraços, lágrimas de felicidade, gargalhadas, muita conversa e o indispensável, o nosso chocolate!

Feliz Páscoa, que ela venha acompanhada de coelhinhos saltitantes de alegria!

Beijocas.

sábado, 3 de abril de 2010

Criança e o mar

Primeiro encontro

La estavam os dois, frente a frente. Pela primeira vez seus olhos se encontraram com aquele infinito azul. Sentia seu coração disparar a cada onda que se quebrava, e vinha molhar seus pés. Pequeno coraçãozinho. Algumas lágrimas queriam escorrer, se juntar a toda agua que viam refletida. Rolariam, se misturariam, ninguém perceberia, ele deixaria uma marca naquele lugar. E rapidamente um desejo invadiu seu peito: precisava sentir o molhado em cada parte do seu corpo. Correu, mergulhou. Não levantou, ali permaneceu, nunca se esqueceu da primeira vez que viu o mar. (03/04/2010)

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Eu

Corpo em vento

Encontro-me deitada sob lençóis macios, verdadeiros fios de ouro
Sou puro esquecimento nesse instante, em que me encontro só
Lembro apenas meu nome, detalhe pouco importante agora
A chama de uma vela acesa eh a única iluminação disponível

Dança um leve ritmo, guiada pelo vento incessante
Sopra devagar, sem pressa, com doçura e reverencia
Carrega a bela forma a todos os lados, junto vão meus olhos
Paro um minuto, vejo-me acariciada pelos movimentos ao longe

Volto em meu corpo, tento retomar o passado e me achar completamente
Cerro meus olhos fortemente, observo a escuridão defronte meus olhos
Nenhuma lembrança da noite anterior vem-me a tona, preocupo-me
Saio de sob os lençóis, encontro-me nua, ainda tenho o corpo de antes

Caminho ate a porta, passo após passo, não pretendo fazer barulho
Ponho a mão na maçaneta delicadamente, faço um perfeito contorno
Tenho um grande cuidado ao gira-la, um som estridente pode soar
Porta trancada! Estou presa em um quarto desconhecido, desespero-me!

Impaciente, volto nua para a cama, deito-me sob aqueles contos de fadas
Solto meus cabelos, deixo-os livres para serem tomados pelo vento
Livro-me do medo de estar sozinha, lembro-me da singela companhia da vela
Por fim, entrego-me aos prazeres da solidão. Adormeço e volto a sonhar.
(27/03/2010)

quarta-feira, 31 de março de 2010

Mundo real

Somos

São todos homens calados. Frios, cabeças baixas e passos rápidos. Andam pelas ruas com destino certo. Parecem se recusar a mudar todos os planos, entrar em uma viela diferente, parar em um lugar estranho.

São todos homens, meu Deus. Mas parecem robôs, duros, artificiais. Todos tem o mesmo movimentar: enquanto um pé caminha, a mão contraria se levanta, fazendo um gesto típico de maquina, programada a fazer sempre a mesma coisa.

Somos todos homens. Sim, pois me incluo nesse montante de pessoas que passam e mal olham para os lados. A vida ultimamente nos rouba a atenção sobre nosso redor. Nos traz uma concentração absurda em problemas. Ela faz necessário sermos falsas pessoas.

Somos seres humanos. Precisamos nos livrar desse mundo que carregamos nos ombros, temos de jogar fora essa aparência irreal que transmitimos, necessitamos agir como pessoas reais. Para isso, precisamos levantar mais a cabeça, observar o que nos cerca e, principalmente, andar sem saber para onde, porque o gostoso da vida são as surpresas. (31/03/2010)

terça-feira, 30 de março de 2010

Calmaria

Nuvens

Nuvens brancas e macias
Fico horas a observar
Sobre a grama do jardim
Onde consigo me acalmar

Nuvens brancas e macias
Varias vezes as olhei
Procurei milhões de formas
Quase sempre nada achei

Nuvens brancas e macias
Dia e noite a passar
Ser gigante eh meu sonho
Para elas alcançar
(19/11/09)

segunda-feira, 29 de março de 2010

A verdade sempre aparece

Ao contrario

Nunca houve guerras
Vivemos sempre de paz
Tudo eh verdade
Nesse mundo ao contrario

Ricos ajudam pobres
Os políticos são legais
Cade a pouca vergonha?
E os horários eleitorais?

Nas ruas não há marginais
Todos passaram a estudar
Crianças tem muitos direitos
O pais agora anda nos eixos

Viva o mundo ao contrario!
Nosso lema eh sonhar
Mas a verdade um dia aparece
E a gente volta a trabalhar
(22/09/09)

domingo, 28 de março de 2010

Quem sou eu?

Muitas duvidas circulam pela minha cabeça. E a vontade de encontrar respostas eh grande. Mas acredito não ser necessária a certeza em nossa vida. Tento entender tudo o que me cerca, quem sou, desvendar os mistérios da vida. Mas o que me faz mesmo seguir em frente não são as resposta que encontro no meio do caminho, e sim as perguntas que surgem a cada nova certeza que me chega aos ouvidos.

Nossas descobertas nos motivam. Aguçam-nos. A partir delas que vamos adiante, que temos força e desejo por mais, que o ser humano eh ambicioso, e quer o que não tem. Ambição tem seu lado ruim, mas, visto pelo que conquistamos ate hoje, não fosse a vontade de ter mais e mais, ainda estaríamos nos perguntando sobre como viemos parar aqui. Tentar entender e provar o que nos bajula a cabeça eh muitíssimo importante, mas não totalmente necessário, ao menos para mim.

A conclusão que tiro quando paro e penso em questões existenciais eh de que respostas são sempre imprecisas, inexistentes. Acredito não existir apenas uma única verdade para todas as coisas, e acho que não temos como provar nada do que falamos. Por isso, vou adiante, motivada pelas perguntas que nunca serão respondidas, pelas respostas que nunca chegarão a um ponto exato e, principalmente, por querer sempre me questionar mais e pensar sobre assuntos absurdos, que me levam cada vez mais longe, a parar e olhar ao meu redor, ver que não existe razão para nada e, ao mesmo tempo, razão para tudo o que esta do meu lado. (27/03/2010)

quinta-feira, 25 de março de 2010

Brincadeirinha de amor

Sentidos não sentidos

Todos os meus sentidos se confundem
Misturam-se todos, se perdem na imensidão
Perco todos os meus cinco sentidos
Mas ainda me resta um sexto, graças a Deus!

Meus olhos escurecem, se ofuscam
Tem o poder de enxergar encoberto
Levado rapidamente pelo vento
Sentido da visão cegado

A minha boca não sente mais o gosto
Dos beijos com que antes eu me deleitava
Restou-me um seco na garganta, um vazio
Sentido do paladar engolido

Minhas mãos não são mais sensíveis
Pouco percebem o toque dos outros
Parecem estar lisas, mortas e sem vontade
Sentido do tato carregado

Não sinto mais os leves cheiros das flores
De perfumes que me encantavam
O meu nariz foi-me arrancado
Sentido do olfato entupido

Procuro as melodias no ar, onde estão?
Não ouço mais a chuva caindo nas ruas
Já não consigo escutar a sua voz
Sentido da audição surdo

Tento te encontrar, mesmo longe
Nao me surpreendo ao conseguir
Saberei sempre achar seu esconderijo
Pois ainda tenho meu sexto sentido
(Para Marcelo - 25/03/2010)

quarta-feira, 24 de março de 2010

A vida continua, amanha sera melhor

Soa o alarme. Abro os olhos, desejando não precisar acordar. Me viro para ver as horas, ainda são 7h00. Bocejo e lembro não ter nada para fazer. Me cubro novamente, volto a dormir. Fecho meus olhos e logo estou em sono profundo. Não me lembro de meus sonhos, o que eu via era apenas um grande preto diante de meus olhos. Nenhuma voz me chamava, nenhum movimento. Com receio de perder completamente a manha, acordo em sobressalto. Me volto para o relógio, já são 8h30. Resolvo acordar e fazer algo útil. Levanto-me e caminho lentamente ao banheiro. Passo boa parte da manha nele, lavando o rosto e lendo emails. Saio e vou ate a cozinha, me sentindo um pouco enjoada por causa do remédio que venho tomando. Mas mesmo assim, insisto em tomar um café da manha que eu já sabia que não me faria bem. Pouco tempo depois, volto ao meu quarto, ligo meu computador e checo algumas novidades na Internet. Respondo alguns emails, e parto para a minha obrigação: caminhar. Sempre fui meio gordinha, e de um tempo pra cá descobri que isso afetou o funcionamento do meu corpo, preciso emagrecer para tentar me curar, apesar da doença ser, vamos dizer, cronica. Quando são 9h20 saio pela porta dos fundos. Com preguiça, dessa vez não vou pelas escadas, acabo chamando o elevador de serviço. O trajeto ate o Térreo não leva mais que um minuto, mas eu fico agoniada, elevadores me dão uma grande sensação de prisão. Chego aliviada e saio em direção ao parque onde tenho caminhado três vezes por semana. Muito sol, isso já me desanima. Não me sinto nada bem debaixo de tanta luz. Minha cabeça dói, mas eu continuo a ir em frente. Depois de, mais ou menos, quinze minutos chego. Já me senti bem dentro daquele lugar, mas ultimamente venho não gostando de la. O parque esta mal cuidado, muitas pessoas que ficam por la apenas para ler, relaxar e caminhar, como eu. Eu apenas escolhi ele por ter bastantes árvores, o que impede a passagem da luz solar, não me fazendo ficar com dor de cabeça. Dou apenas duas, ou três voltas, e começo a sentir o mal estar proveniente do meu remédio. Junta-se a dor de cabeça, e eu decido voltar para casa. Não me preocupei em olhar para o relógio, adquiri o modo de vida: "viva sem relógio e aproveite o momento". Não sei se funciona, mas tento me acostumar e venho tendo sucesso, me vejo menos dependente das horas. As 10h00 chego em casa e me preparo para tomar banho. A vida continua, amanha, talvez eu caminhe outra vez, com a expectativa de que o dia seja melhor. (24/03/2010)

segunda-feira, 22 de março de 2010

Medos

Eu tenho medo, eu tenho medo, eu tenho medo!
Por favor, não me deixe sozinha

Eu tenho medo, eu tenho medo, eu tenho medo!
De acordar de um pesadelo e não ter ninguém

Eu tenho medo, eu tenho medo, eu tenho medo!
Dos sonhos ruins que estão em minha cabeça

Eu tenho medo, eu tenho medo, eu tenho medo!
Do escuro do meu quarto de noite

Eu tenho medo, eu tenho medo, eu tenho medo!
Da janela aberta que venta em meu corpo

Eu tenho medo, eu tenho medo, eu tenho medo!
Do que vira quando eu fechar meus olhos

Eu tenho medo, eu tenho medo, eu tenho medo!
Meu amor, meu maior medo eh de te perder.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Para um amor

Meu amor,

um novo dia começou pouco tempo. Você partiu não tem muito. Mas eu ainda percebo resquícios do dia anterior, de você dentro de mim.

Tudo demora pouco para acabar, desfazer. O tempo corre levando as coisas boas de nos...será que devemos ir busca-las?

Eu não hesitaria em sair daqui. Pois tenho dentro de mim algo que vento algum, seja ele forte ou fraco, ou ate mesmo tempestade, consegue carregar.

Cada gota de agua que cair sobre esse meu corpo servira somente para alimentar o que aqui habita.

Carrego comigo coisa valiosa, incessante, grandiosa. Levo em meu peito, meu amor, um bem querer enorme por você. (20/03/2010)

quinta-feira, 18 de março de 2010

Resposta uma

Manaus, 30 de agosto de 1943

Meu amado,

desculpa-me responder apenas agora. Tua carta demorou para alcançar-me aqui nessa imensidão. Morro por dentro apenas de pensar que pode ser tarde demais. Estou completamente arrasada e sinto-me culpada pelas tristes palavras que li. Perdi-me de ti no tempo e no espaço e agora acredito que estou perdendo-te para sempre apenas por causa do minha vaidade e egoísmo. Augusto, minhas noites sozinha trazem-me arrependimentos que eu não queria confessar-te, mas tua carta me trouxe uma negra chuva de remorso aos olhos. Preciso dizer-te que eu te amo com cada partícula do meu ser, da minh'alma. Não me deixes sozinha neste mundo de dores e escuridão. Perdoa meu vão egoísmo de tê-lo deixado para trás. Aguarda minha volta para que eu possa ajoelhar-me aos teus pés e implorar pelo teu amor. Com a real certeza que irei perdê-lo para sempre, meus olhos se abriram em desespero e precisarei partir imediatamente ao teu encontro. Espero não ser tarde demais para nosso amor, por isto envio a carta, para que ela corra e grite aos teus ouvidos que meu retorno é breve. Que tu ouças meus apelos te contando que sou completamente tua de corpo e alma. Que morrerei sem ti neste mundo, mesmo que meu corpo fique, meu coração terá parado junto com o teu. Nunca conseguirei perdoar-me por tê-lo deixado sozinho, a mercê dos cães da vida. Minha covardia seria tua carrasca, então, e meu adeus terá sido tua sentença. Não viverei um só dia sem chorar. Por favor, concede-me mais esse capricho egoísta que te imploro, aguarda-me. Estou certa que meus beijos e abraços te lembrarão do brilho do Sol e que nunca mais te deixarei sozinho, assim não precisarás mais partir desse mundo que tanto te maltratou. Cuidarei das tuas feridas e dar-te-ei meu sangue se necessário for, para que vivas para sempre. Imploro a todos os deuses que está carta chegue a ti a tempo de evitar o fim. Amo-te mais que minha própria vida, meu Augusto. Aguarda-me.
Tua amada, Clara.

(Por Marcelo Lima)

quarta-feira, 17 de março de 2010

Velhos tempos

Tempos de criança

Em que se brincava
Em que se corria
Éramos felizes
Ainda crianças

Papai e mamãe por perto
Sonhos impossíveis
E a gente não desistia
Tínhamos sempre esperança

Tempos que passaram
Tanta coisa mudada
Horas perdidas
Felicidade roubada

Restaram as lembranças
Memorias de infância
Tempos de criança
Que não voltam mais

Quando me recordo
Lágrimas caem
Sorriso nasce
Saudade me invade
(19/10/09)

segunda-feira, 15 de março de 2010

Carta duas

Rio de Janeiro, 18 de agosto de 1943

Minha amada,

deixo-lhe esta carta para que lembres de mim para sempre. Peço perdão se não soube esperar pela tua volta, meu amor. Mas eu já não encontrava mais sentido em meus dias, em minha vida, sem tua presença. A tua ausência aos poucos foi me roubando as forças. Rapidamente, eu estava fraco, vulnerável. Hoje, mais do que nunca, percebo que sem ti, minha vida, nada sou, apenas um mero homem doente em cima de uma cama prestes a morrer. Levarei comigo teu sorriso, e deixarei a ti a lembrança dos bons momentos que juntos passamos. Não quero que chores ao ler esta carta, lembra-te que onde quer que eu esteja por ti olharei. Se parti foi por escolha minha. Tarde demais para se arrepender, já tenho certeza do que quero. Uma vida tranquila, sem feridas. Deixo-te também todo meu amor, foste a única mulher que amei em toda minha vida, sempre serás. Levo algumas lágrimas nos olhos, pois não queria deixar-te, mas sei que fiz o melhor, e sei também que me entenderas. Amo-te por completo, minha vida. Fique bem, meu amor. Meu ultimo beijo eh teu.

Adeus,

Augusto Borges.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Tem alguem ai?

Eu, outro eu

Meu outro eu, melhor do que eu
Eu sou eu, ele, meu outro eu
Sou assim como eu
Ele, assim, como se diz? Outro eu

Temos coisas em comum
O mesmo corpo, aparência
Mas não dividimos nossas cabeças
Somos separados pelo pensar

Meu outro eu sou eu,
em certos momentos.
Nos unimos em um eu,
passamos a ser um.

Dentro de mim, dois
Um eu e um outro eu
Duas pessoas diferentes
Eu, outro eu
(03/03/2010)

terça-feira, 9 de março de 2010

Carta uma

Rio de Janeiro, 18 de agosto de 1943

A vocês,

escrevo-lhes esta carta pois temo o fim. Não desse mundo infinito, mas sim do que há por trás de meu peito. Há tanto, venho guardando milhares de pedaços de vidros, sem mostrar-lhes as feridas que suportei por seus cortes. Mas hoje, tenho medo, por isso, decidi escrever-lhes. Contar-lhes através de palavras, as minhas, o que sempre esteve escondido. Dentro de mim há mais vida que na Terra, mais mistério que em qualquer pessoa. Existe, aqui, uma parte clara, viva, colorida e, ao mesmo tempo, a sombra, lado lúgubre, muito escuro. Este vem crescendo com insigne rapidez, escurecendo toda parte encantadora restante. E, por isso, receio o fim. Meu fim, minha morte. Esse lado triste, eh resultado de muitas feridas, eh meu corpo adaptando-se a dor que me assola. Tantas foram as vezes que cacos de vidro me rasgaram, me perfuraram, que com o correr do tempo eu não sentia mais dores, via apenas as marcas. E tarde demais, percebi um mundo negro e ruim, ele havia formado-se aqui mesmo, dentro de mim. Resta-me tentar clareá-lo, talvez dizendo o que guardei a vida inteira. Digo-vos então que abro as portas de mim a vocês, a partir de hoje, transparecerei. Deixarei óbvio aquilo que sinto e que realmente penso. Como se eu morresse, renascerei, quero que minhas cinzas sejam jogadas ao mar e que misturem-se. Toda vez que as ondas vierem a costa, voltarei para um suspiro, e logo retornarei ao oceano. Tenho medo de morrer, mas vejo que eh necessário. Não enxergo meio mais confiável a alguém que queira mudar. Por mais que tentemos, nunca deixamos de ser nos mesmos, pois, no âmbito mais profundo de nossa alma, sabemos o que somos de verdade. Eh justamente isso que me aflige. Fosse outrora, eu conseguiria me reconhecer ao olhar-me. Mas desespero-me, hoje, quando vejo apenas a escuridão invadindo-me profundamente. Gostaria que ventos soprassem meus cabelos agora, que levassem todo meu medo, minha escuridão, que refizessem-me, trouxessem de volta quem sou. Mesmo temendo o fim, não fugirei dele, ao contrario, seguirei a seu encontro. No final, cerrarei meus olhos e, quando for a hora, irei abri-los novamente, terei, enfim, diante de mim, a luz com que sempre sonhei.

Adeus,

Augusto Borges.

domingo, 7 de março de 2010

Menina faz poema (tentando ser criancinha)

Amarelo sol

Amarelo como o
sol, o amarelo vem radiar,
e como eh bom
me iluminar.

O meu desenho eh amarelo,
e eu o quero mais.
Ele tem cor de girassol,
tem a cor do meu amor.
(06/03/2010)

sexta-feira, 5 de março de 2010

Criancinha faz poema

O verde agua

Verde como a
agua, o verde agua
vem brilhar
e como eh bom amar

O meu cavalo eh verde agua
e eu o amo mais,
ele tem a cor da agua,
tem a cor do mar
(algum dia da minha vida)

quarta-feira, 3 de março de 2010

Evapora, minha doce!

Evaporar

Se os pingos que caem evaporarem
Meu Deus, que horror...que solidão!
Quanto desperdício, que falta eu sentirei
Restara esperar pelos outros que virão

Belas gotas que evaporam
Sobem aos céus, escondem-se
Apaixonam-se pelas nuvens
Deixam-me aqui

Pela janela fico a olhar
Querendo toca-las, reter-las
Minhas mãos encontram-se com o vidro
Escorrem, como se fossem pingos

Acompanho o cair que eles tem
Como me consomem, meu Deus!
Não os deixe evaporar, por favor, não!
Preciso deles para aquecer meu peito, senhor.
(02/03/2010)


terça-feira, 2 de março de 2010

Um e o outro, o outro e um

O tempo e a saudade, a saudade e o tempo

Agora, chove la fora
Tempestua aqui dentro
No meu peito vazio
Chuva gelada, torrencial

O tempo passa
Mas, para mim, parou
Se vai com lentidão
fora o tempo lépido

Junto disso, tenho saudade
Falta grande eu sinto
De coisas que tive
Mas que demoram a voltar

Talvez, ela pare o tempo
Deixe-o lento, parado, demorado
Seja a culpada pela minha dor
Motivo de meu peito vazio

Quando o tempo acordar
Ver que preciso dele depressa
Tudo se movimentara com rapidez
Acordarei e terei você em minha cama
(01/03/2010)

domingo, 28 de fevereiro de 2010

A musica


Essa canção

Fecha teus olhos
Sente a vibração dos instrumentos
A harmonia das notas
O prazer do som em teus ouvidos

Esquece-te da vida ao teu redor
Deixa teu corpo ser tomado pela musica
Abre espaço para que ela entre
Se puder, nunca mais deixa-a sair

Apaga as luzes
Imagina-te dançando em seu ritmo
Encanta-te com sua beleza particular
Faz de ti parte dessa obra de arte

Alimenta tua alma com doçura
Com o sabor ardente dessa canção
Respira e sente o perfume
O aroma puro trazido pela perfeição

Solta-te, deixe-a te carregar junto ao vento
Levar-te ao ápice da felicidade
Do prazer encontrado em uma melodia
Ao abraço trazido por essa forte emoção

Sente-a percorrer teu coração
Iluminar tua escuridão
Guarda-a para sempre em ti
Escute-a e chore de verdade

Ponha-a em teu peito
Faça junto dela uma viagem
Cante-a com delicada paixão
Lembre-te de mim quando ouvires essa canção
(26/02/2010)

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Ela é só minha, só minha, minha, minha

Minha chuva

Encontro-me finalmente com a chuva
Suave, doce, meiga
Ela bate em minha janela
Procura abrigo

Meus olhos desejam absorve-la
Toma-la, guarda-la
Fico a observa-la cair
Leves passos pelo ar

Amargas, caem no chão
Escorrem e se vão
Misturam-se a sujeira
Perdem-se na imensidão

Choro por ela
Gotas desperdiçadas
Jogadas ao vento
Levadas para longe de mim
(23/02/2010)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Eu te amo!

Amor meu amor

Amor meu amor, te amo tanto
Com palavras não sei explicar
Sinto algo muito alem
Nada posso contra isso

Coisa profunda que habita meu corpo
O fundo de minha alma, de mim
Se fixou em meu coração
Não posso retirar

Paixão louca que me invadiu
Amor doido que me faz bem
Te quero tanto que nada sei
Não posso me controlar

Teus olhos me atraem
Tua boca me consome
Teu corpo me protege
Não posso te deixar

Não, amor meu amor
Eu não posso
Eu não quero
Porque eu te amo!
(9/02/2010)

P.S: Pelo menos esse nao estava no fundo do bau...rs

domingo, 21 de fevereiro de 2010

O medo tornou-se parte importante, continuo a esperar

O tempo e o medo

Fico a contar as horas, elas parecem infinitas
Tento não me apressar, não consigo evitar o relógio
Preciso de um por perto sempre
De minuto em minuto eu olho, e lembro de você

Então uma saudade louca me invade
O nervosismo aumenta mais, suo frio
Coração perde totalmente o controle
E eu pareço correr ainda mais contra o tempo

Mas tenho medo de tudo isso que acontece
De te esperar tanto, te desejar tanto
Talvez seja apenas uma grande insegurança
Ou a certeza de um querer muito grande

E se esse medo se perder, me perderia junto
Porque sem ele já não sei mais seguir
O medo faz parte da espera
Por isso, continuo a esperar
(16/11/09)

P.S: Meu baú foi aberto outra vez...rs

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Azuis infinitos

Mar e Ceu

Transparente azul
Salgada agua
Gota sobre gota
Infinito

No fim, o horizonte
Um encontro
Uma juncao
Mar e ceu

Transparente azul
Ardente sol
Nuvem sobre nuvem
Vento

Sobreposicao
Um no outro
Unidos
Fim do dia
(4/11/09)

P.S: Desenterrei um, pela falta de novos...rs

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Que seja infinito enquanto dure

Inverno

Corta a pele o vento gelado
A neve fria cai sobre o corpo quente
Esfria, resfria, congela, arrepia
E nos deixa mais próximos, juntos

A neblina ofusca a vista
Embaça o vidro da janela
Esconde a beleza da paisagem
O gelo seco, branco, que caiu a noite

As flores ficam encobertas
Perdem sua cor, seu brilho
Guardam outro encanto
Doce perfume, que exalam com graça

Flocos gelados apaixonam-se
Engraçam-se por seu cheiro
Caem sobre elas e suspiram
Adormecem, desejam nunca mais acordar

Quando o molhado esvai-se, desfaz-se
As flores choram, derramam suas lágrimas
Dizem adeus a seus amores
Mas nunca esquecem-se de seu calor

Quando acordo, estou abraçada
Em seu corpo quente, terno
Somos como flor e neve no inverno
Inseparáveis, inesquecíveis, um do outro, um só
(15/02/2010)