sexta-feira, 30 de abril de 2010

Eu te amo, apesar de tudo

Apesar de tudo

Finjo não te ver, não te querer
Quando tudo em mim grita
Mesmo assim eu continuo a me contrariar
Como posso simplesmente dizer não?

Sei que quando você se for
Sentirei sua falta
E assim verei o quanto te quis
Sempre então lembrarei de ti

A menos que te diga agora
Talvez eu ainda tenha tempo
Será que há coragem em mim?
Não sei, acho que nunca saberei

Apenas peço que não se
Continue a me amar
E mesmo que eu te rejeite
Saiba que sempre te amei
(15/09/09)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Alma do desassossegado

Minh'alma não se aquieta com a repetição. Desassossega quando não pode ser livre. A minh'alma precisa de liberdade, de bons e fortes ventos para voar. Precisa de vastidão para seguir sem rumo. Mas vezes em que tudo o que ela precisa está contido no Sol de todas as manhãs, e na Lua de todas as noites. Ela quer apenas roubar o brilho da mais brilhante estrela, porque se encontra triste, como nesse exato instante. (28/04/2010)

terça-feira, 27 de abril de 2010

Voando

Algumas vezes eu gosto de abrir os abraços para sentir um ventinho bater no rosto. Eu fecho os olhos para tentar ter certeza de que estou voando, mas ainda tenho os pés colados ao chão.

a noite, eu não tenho mais os braços abertos, mas em sonhos sou livre para poder voar. Sou eu quem controla minha alma nessas horas.

Talvez eu até voe ao abrir os braços, porque viagens não precisam ser corporais, e sim espirituais. (27/04/2010)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Procuro-me

Sabe aqueles dias em que acordamos sentindo saudade de nos mesmos? Esses dias eu aproveito e me procuro, mesmo que leve um tempo muito grande, mesmo que eu não me encontre. Não me importo se toda essa vontade de me achar em qualquer lugar que seja nunca se acabe. Que a luta termine sem resultados. A busca nem sempre traz ótimas novidades, mas ela, em si, é necessária todos os dias. O que seria de nos não fosse a busca pelo nosso próprio ser durante a vida inteira? Alguns se encontram mais fácil e rapidamente que os outros, isso é verdade, mas não fosse a incessante vontade de nos encontrar, de nada valeria viver. As verdades são ditas somente nos momentos em que nos encontramos. Há varias vezes que achamos a nos mesmos mas depois nos vamos, como o sopro do vento que bate todas as manhãs na janela do quarto. A gente se perde, simplesmente voa para longe. Demora até que nos reencontremos. Mas esse reencontro é tão bom, que sinto mais alegria em me perder que me encontrar. Se me encontro, é apenas para que eu me perca mais uma vez. Desejo, na verdade, que esse perder e encontrar nunca se acabe, para que eu continue a viver. (26/04/2010)

domingo, 25 de abril de 2010

Aos amigos

Sinto falta dos momentos em que riamos apenas por rir. Daqueles dias em que um consolava o outro. Dos nossos beijos e abraços sinceros. De conversar sem cabeça, e outras totalmente complexas. Sinto falta de tanta coisa. Tantos dias que passamos juntos, outros longe. Mas foram dias felizes, porque tinhamos uns aos outros. Lágrimas podiam escorrer, mas logo alguém aparecia para ajudar, dizer palavras amigas, e tudo se resolvia. Como era bom, meus amigos, ver o sol nascer e tê-los dormindo no mesmo quarto. Ouvir um "bom dia" assim que acordasse. Era engraçado ouvi-los cantar, contar piadas, ou apenas narrar alguma cena desastrosa. Ah, como eu sinto falta dessas coisas! E quando eu mais preciso, relembro-as. Abro um grande sorriso e saio andando de novo. Agradecendo por tê-los em minha vida. Lembro também que faltam poucos passos até que eu os encontre outra vez, para reviver todos esses dias felizes. (25/04/2010)

sábado, 24 de abril de 2010

Amor de sábado

Amor de criança

Corre rapidamente, como se fosse vento
Arrepiando e suspirando
Voa, voa lepidamente doce criatura
Carrega contigo todo o prazer

Passeia pelo teu brinquedo
Acaricia a pele seda
Encontra uma parte esconderijo
Cria asas e flutua sobre minh’alma

Cerra teus olhos e sente a vibração
Deixe de tocar e comece a imaginar
Finge todas as tuas fantasias
Esquece-te da vida, lembra de mim

Deixa os sonhos serem realidade
Abre teus olhos e me beija
Faz de conta que sou tua boneca
Faz-me tua, meu amor
(23/04/2010)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Paixão de fim da semana

Desejo

Sobre a cama, esticado, um corpo nu belíssimo
Leite derramado em sua delicada pele sedosa
Chama pelo meu, espera meu deitar ao seu lado
Aguarda a oportunidade de ser tocado com amor

Meu coração bate ao ver-te assim deitada ao leu
Desejo poder sentir toda parte desse teu corpo
Levar meus dedos por teus contornos fascinantes
De ti quero sentir o pulsar e o arrepio pelo toque

Os teus cabelos irão de encontro as minhas mãos
Para que eu possa derrama-los sobre meu corpo
Tocarei sua boca com leveza, mordendo seus lábios
Suas costas sentirão o arranhão de minhas unhas

Terás todos os meus beijos em tua doce carne
Sentirei o gosto de amar a mulher mais encantadora
Por um instante terei-a colada ao meu corpo
E tu terás a mim dentro de ti pelo tempo necessário

Farei sua mão percorrer cada centímetro de mim
Verás a maciez de um corpo que te deseja muito
Entenderas o sentido de um desejo verdadeiro
Nos entregaremos, e em sua cama faremos amor
(27/03/2010)

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Velharia

Era assim que eu me sentia quando você estava longe.

Eu...

Queria estar perto
Mas estou longe
Queria estar presente
Mas estou ausente

Queria sair
Mas estou sem presa
Queria te ter
Mas estou distante

Queria busca-lo
Mas não tenho como
Queria você perto
Mas não por um instante

Queria conversar
Mas não tenho palavras
Queria te abraçar
Mas não te tenho aqui

Queria não ter saudades
Mas isso parece impossível
Queria não te querer
Mas isso seria mentira
(18/10/09)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Um fim de noite

Fim de noite

Mais um dia se vai. O sol desaparece completamente. Tudo o que sobrou foi o céu, agora quase negro. Não fosse a imensa lua, e as estrelas. As pessoas na rua ainda riem. Parecem não notar, mas as luzes da cidade começam a se acender. A noite chega. E com ela o frio. O silencio. Uma bela cidade então nasce outra vez. Toda sua beleza. Seu encanto.

O céu se ilumina mais uma vez. A alegria parece voltar. O frio e o silencio são esquecidos. As ruas ficam cheias. Pessoas por todos os lados. Elas conversam, riem, estão felizes. O fim do dia lhes traz algo a mais, uma sensação boa. Talvez se sintam bem com aquele céu cheio de luz. Com todas aquelas risadas.

Infelizmente as horas passaram, e com ela a noite se foi. As sensações boas. As pessoas. As risadas. Ate mesmo a lua e as estrelas. Mas o fim da noite trouxe também a certeza de um novo dia. De um novo começo. Talvez, um outro fim de noite. (algum dia, de um algum mês, em algum ano...todos desconhecidos)

domingo, 18 de abril de 2010

Desespero

dias em que por mais que eu abra a janela, o sol insiste em não nascer para mim. Parece que o mundo se afastou. Me sinto abandonada pela luz de quem tanto amei. São dias esses em que nem mesmo o vento sopra contra meu corpo, fazendo meus cabelos voarem. Deixam que eu esqueça de me arrepiar diante de seus carinhos.

Assim, lágrimas escorrem de meus olhos. Não se cansam de cair. Tentam provar ao céu que sinto falta de seus encantos. Choro como se gritasse dizendo para voltarem, que não me deixem sozinha mais uma vez. Tenho esperança de que me escutem e que retornem.

Me canso, enfim, de chamar e não ter resposta. Deito em minha cama fria e acabo adormecendo, vencida pelo cansaço. Sonho com brilhos nunca vistos, brisas não sentidas. Sonho que jamais acordarei para não ter de ver a tristeza de meu mundo real.

Em um segundo, tudo muda. Abro meus olhos e vejo um brilho mais radiante que do sol. Sinto um sopro mais arrepiante que do vento. Lágrimas voltam a rolar pelo meu rosto, aliviadas. Nesse instante, não sei se sonho ou se vivo a mais pura realidade. (18/04/2010)

sábado, 17 de abril de 2010

Nada demais para um sábado

Poemas antigos fazem parte de dias em que não se tem inspiração...rs

Saudade

A saudade que me invade
Que fica presa ao meu peito
Eh o querer bem
Eh a falta de um amor

A saudade eh o que nos separa
Eh a distancia entre dois corpos
A saudade eh a ausência
Eh a solidão em que me encontro

Ter saudades
Sentir falta
Eh amar e não estar junto
Eh desejar e estar longe

Distante de ti
Ao mesmo tempo perto
Meu pensamento
Minha saudade te perseguem
(6/10/2009)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Complexidade

Quem sou eu para falar dela?

A vida nos reserva surpresas inimagináveis. Algumas boas, outras, infelizmente, ruins. Sejamos positivos, algumas não serão tão boas, mas, com certeza, terão sua importância.

Tenho medo, como talvez muita gente tenha, do que tenho guardado para o meu futuro. Não sei se muitas caídas virão, se haverão glorias. Espero, apenas, poder me levantar cada vez que eu tropeçar e cair. Mais importante do que ganhar eh aprender com a derrota. São elas que nos ensinam realmente, pois, como se diz muitos anos, eh errando que se aprende.

Anseio e temo o que vira. Anseio pois sei que muito aprenderei, e temo, pois não tenho a mínima ideia do que ainda vou viver. Sou alguém que não se preocupa em tentar descobrir, pois sei que eh inútil procurar saber do futuro. Mesmo que consigamos, a vida nos pregara peças, fazendo o certo ser incerto, e o incerto ser certo. Assim eh a vida, cheia de surpresas. O melhor que temos a fazer eh seguir em frente, caindo e levantando, sorrindo e chorando, o importante eh continuar, porque a vida, a vida eh incerteza, reserva felicidade e infelicidade, mas sempre acaba bem, mesmo porque morreremos. Talvez essa seja a única grande certeza que teremos a vida inteira.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Centesima!

Aproveito a oportunidade, para dizer que és a beleza que existe em minha vida.

Minha natureza

Minhas árvores, folhas
Elas cantam, proclamam
Sussurram versos aos meus ouvidos
Contam-me historias

Embriagam-se com o vento
Farfalham, sorriem, encantam-se
Vê-se em sua cor a felicidade
A claridade trazia pelo sol nascente

Transcorre, corre pelas flores
Projeta tua luz no chão, a me iluminar
Deixa tua marca em meu rosto
Brilha como se nunca precisasse se por

Faz as pétalas caírem, viajarem
Encontrarem-se com meu nariz
Trazendo-me um doce perfume
Esse que me lembra você
(para Marcelo - 11/02/2010)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Resposta duas

Belém, 25 de setembro de 1943

Meu amado,

não sabes o quanto estou em êxtase por receber tua carta, minha cabeça circula em redemoinho como os formados no rio pela embarcação que me trouxe até aqui. Não imaginas a sorte que tive, pois quase não recebi tua carta, quando ela chegou a Manaus eu já havia partido no primeiro barco, já estava indo pelo rio a caminho de Belém. Não fosse um anjo, uma alma caridosa, minha amiga e confidente Letícia Barros de Albuquerque, que ficou em Manaus a cuidar das minhas coisas, talvez eu estivesse agora ainda completamente angustiada por não ter notícias tuas, sem saber se encontraria novamente teu beijo, teus braços, teu peito junto ao meu, ou se encontraria tua lápide onde eu poderia apenas chorar o resto de meus dias. Letícia é uma atriz de uma rica família do Mato Grosso, que também veio a Manaus tentar a vida no Teatro Municipal, algumas vezes ela tem sido minha companhia e comigo chorou quando quase morri ao receber tua primeira carta. Meu Augusto, estes dias navegando me deixaram ainda mais triste, eu via o mundo vagarosamente passar e lembrava de cada feliz momento que passei contigo, do teu protetor abraço, que me fazia dormir sossegada, do teu sorriso cativante e sincero, que me acalmava, de tuas mãos a passear pela minha pele e pelos meus cabelos nas quentes noites do Rio de Janeiro, causando-me arrepios que não consigo descrever. Um remorso intenso esmaga meu coração por tê-lo deixado sozinho. Tu dizes que não foi egoísmo, mas bem sabes que foi, que eu pensei apenas em mim e no sucesso que eu faria em uma cidade nova e longe dos olhares reprovadores do meu pai. Ah, meu amor, perdoa-me, perdoa minhas inquietudes, meus arroubos de diva. Prometo nunca mais deixar-te, prometo largar-me eternamente em teus braços, faço tudo para sentir mais uma vez e para sempre teu coração a pulsar colado ao meu rosto. Cheguei hoje a Belém e espero logo conseguir partir ao teu encontro. Os dias se arrastam, eu sei, mas aguarda-me por favor, juro-te que valerá a pena. Se quiseres enviar mais notícias, envia para o Hotel Real aqui de Belém, eles saberão para onde encaminhar tua carta. Em breve estarei novamente em teus braços.

Sua amada eterna, Clara.

(por Marcelo Lima)

terça-feira, 13 de abril de 2010

Especial do dia (mesmo que ninguém leia)

Me perdi, outra vez

Mais uma vez me perdi, mas não como antes
O que ficou agora não fui eu, e sim vocês
Agora a viagem eh minha, eu fui embora
E o melhor de tudo eh que não quero voltar

Sinto que já não estou mais intacta
Ao contrario, fui totalmente mudada
Tenho a estranha sensação da mudança
Como eh bom ser diferente!

Arrependo-me por ter vivido parada
Não vi que eram necessárias reformas
Ainda bem que aconteceram em tempo
Estou feliz, porque finalmente cresci

Me perdi, mas, pela primeira vez, sei onde estou
Vou procurar manter segredo sobre esse lugar
Dou-lhes apenas uma dica, a mais importante
Procurem pelos seus próprios corações
(13/04/2010)

O que ninguém ve

Apesar de antigo, ainda é o retrato, a minha visão, sobre o mundo em que vivemos.

Caos

Para eles nada importa
Se estamos vivos
Ou a beira da morte
Eles não ligam para a gente

Mundo de egoístas
Hipócritas certos
Ninguém é o que diz
Ninguém é nada

Não há espaço para sonhos
Quase não se tem tempo para o sono
Status e dinheiro
Apenas isso os interessa

Assim vivemos todos os dias
Na ambição e na correria
Às vezes, não temos tempo de perceber
O mundo está um caos!
(7/10/2009)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Estranhos

Desesperada estranheza

Os olhos se abrem e a luz não ilumina. As lágrimas escorrem e o molhado não vem. O cabelo esta solto e o vento não sopra. A boca se abre e a palavra não sai. O corpo esta acordado mas a alma fugiu, a alma fugiu! (12/04/2010)


Estranha sensação

Ventos rondam o ar
Passam, sopram, sussurram
Acariciam meu corpo nu
Fecho meus olhos tristes

Sinto doce mão a brincar
Me percorrer, me sentir
Brisa macia a me acalmar
Abro os olhos admirados

Encontro luminosa escuridão
Tento resistir aos carinhos
Procuro fugir, estou presa
Olho, me encontro no céu
(12/04/2010)

domingo, 11 de abril de 2010

Para: essa noite fria

Nessa noite fria, sonharei, que juntos estamos.

Sonhar

Se recolher
Se imaginar
Na fantasia
Depois esquecer

Olhos fechados
Corpo e alma separados
Nada nos fará voltar
Não estamos mais presente

O irreal acontece
O impossível desaparece
A realidade é qualquer coisa
Vamos além, ao infinito
(17/09/09)

sábado, 10 de abril de 2010

Dentro de baus

Passado

Por la ficaram todas as cinzas
Todas as velas já queimadas
Ali, apenas o resto do que deixei para trás
O fogo que se apagou há tempo

Dentro de caixas, um passado
Mil coisas que prefiro não olhar
Tanta inutilidade e mistério
Escondo para que nunca o encontrem

Se um dia o achar, nem tente ver
Coisas que jamais entendera
Enigmas que nem eu mesma decifrei
Mas que guardo, não sei para que
(17/11/09)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Carta tres

Rio de Janeiro, 30 de agosto de 1943

Minha vida,

tu não sabes como temi que tua resposta nunca chegasse a mim. Como senti medo que uma carta tua não viesse, e que então fosse tarde demais para que pudéssemos voltar a nos encontrar. Clara, meu amor, a cada nascer de sol eu procuro teu sorriso, tento achar o teu perfume entre as flores, mas agora já não tenho mais forças, então resta-me apenas esperar que venhas, estarei lhe esperando meu anjo, tenha certeza de que nunca deixarei de esperar, mesmo que eu estivesse morto. Preciso de teu beijo, minha doce. Sentir tua pele macia junto a minha. Ah, meu amor, não consigo esconder minha emoção, tenho as mãos tremendo nesse instante e muitas lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Não diga que és egoísta, sei que não partiu por mal, e sim por necessidade. Eu poderia te-la acompanhado, mas fui um tolo, em pensar que longe de ti eu poderia viver. Vejo que minha vida longe da tua não acontece, que eu morreria se tua carta não tivesse ao meus braços chegado, e se eu não fosse tão covarde, tudo teria sido tarde demais. Agradeço pela tua resposta. Tuas palavras de amor, elas me caíram como gotas de chuva, leves e aconchegantes. Careço de ti Clara, agora e sempre, eternamente. Promete-me uma única coisa minha vida? Nunca mais partir? E se fores, deixa que a acompanhe? Por favor, permite que eu fique ao teu lado para sempre, cuide de ti minha bela. Aguardo teu regresso. de saber de tua volta sinto-me completo e disposto. Meu coração bate com força e tenho alegria para continuar vivendo. Estarei esperando na porta da estação de trem. Amo-te alem da minha vida, por ti faria o impossível. Boa viagem.

Com amor,

Augusto Borges.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Saudade

Ao acordar olho para os lados, procuro um abraço, um beijo carinhoso. E tudo o que encontro são paredes, objetos, frio e saudades.

Em dias assim, em que o frio paira sobre a cidade, me congela o corpo saber que está longe. Dói-me o peito toda vez que ele bate sem o ritmo do seu coração perto para acompanhar.

Talvez o gelo do meu corpo derreta, talvez não. Talvez o frio na cidade cesse, talvez não. Talvez a chuva me molhe, talvez não. Mas se ela molhar, o gelo vai derreter, o frio vai cessar e meu amor, eu te juro, que vou correndo te encontrar. (08/04/2010)

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Realidade

Coisa breve, para um dia corrido.

"Assim são as coisas, acendem e apagam. Começam e terminam. Vem e vão. Assim eh a vida. Assim eh a morte." (4/1/2010)

Tudo parece tão breve, será impressão?

terça-feira, 6 de abril de 2010

Sensibilidade, as vezes nos falta

Hoje, bem atenta a detalhes, encontrei um vídeo precioso enquanto procurava alguma distração em meio ao tempo que eu tinha para gastar.

Sei que ninguém vai ler a minha postagem, e mesmo que leia, não vai achar o vídeo interessante.

Tudo bem, ele não passa nenhuma mensagem importante, não tem avisos sobre o Aquecimento Global e não chama atenção para nenhum problema qualquer. Mas, ao menos a mim, ele deixa um aperto no peito. Chama a atenção pela sensibilidade dessa garotinha.

Espero que gostem ao ver. Achei bastante comovente, resolvi compartilhar (se eh que tem alguém ai) apenas por achar muito interessante a forma que essa menininha encontrou para alegrar seu irmão.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Nascimento

Refazer
Desconectaram-se
Desligaram-se
Partiram-se
Desintegraram-se
Fizeram-se partes
Misturaram-se cores
Juntaram-se elementos
Combinaram-se substancias
Todos se reuniram
Diferente
De tal forma
Que um novo mundo nasceu
(05/04/2010)

domingo, 4 de abril de 2010

Dia feliz: Páscoa

Não sei muito bem o significado da Pascoa, para mim e muito menos para os outros. Mas gosto desse dia, pelo fato que de ser um momento de união. O almoço de domingo, que reúne a família inteira, aqueles parentes que vemos duas ou três vezes por ano. Eh uma data que vai muito alem do chocolate, traz um calor para dentro do peito, porque faz a gente se aproximar de quem anda longe quase sempre.

Nessa data, gostaria de desejar felicidade a todos. Desejar sorrisos, abraços, lágrimas de felicidade, gargalhadas, muita conversa e o indispensável, o nosso chocolate!

Feliz Páscoa, que ela venha acompanhada de coelhinhos saltitantes de alegria!

Beijocas.

sábado, 3 de abril de 2010

Criança e o mar

Primeiro encontro

La estavam os dois, frente a frente. Pela primeira vez seus olhos se encontraram com aquele infinito azul. Sentia seu coração disparar a cada onda que se quebrava, e vinha molhar seus pés. Pequeno coraçãozinho. Algumas lágrimas queriam escorrer, se juntar a toda agua que viam refletida. Rolariam, se misturariam, ninguém perceberia, ele deixaria uma marca naquele lugar. E rapidamente um desejo invadiu seu peito: precisava sentir o molhado em cada parte do seu corpo. Correu, mergulhou. Não levantou, ali permaneceu, nunca se esqueceu da primeira vez que viu o mar. (03/04/2010)

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Eu

Corpo em vento

Encontro-me deitada sob lençóis macios, verdadeiros fios de ouro
Sou puro esquecimento nesse instante, em que me encontro só
Lembro apenas meu nome, detalhe pouco importante agora
A chama de uma vela acesa eh a única iluminação disponível

Dança um leve ritmo, guiada pelo vento incessante
Sopra devagar, sem pressa, com doçura e reverencia
Carrega a bela forma a todos os lados, junto vão meus olhos
Paro um minuto, vejo-me acariciada pelos movimentos ao longe

Volto em meu corpo, tento retomar o passado e me achar completamente
Cerro meus olhos fortemente, observo a escuridão defronte meus olhos
Nenhuma lembrança da noite anterior vem-me a tona, preocupo-me
Saio de sob os lençóis, encontro-me nua, ainda tenho o corpo de antes

Caminho ate a porta, passo após passo, não pretendo fazer barulho
Ponho a mão na maçaneta delicadamente, faço um perfeito contorno
Tenho um grande cuidado ao gira-la, um som estridente pode soar
Porta trancada! Estou presa em um quarto desconhecido, desespero-me!

Impaciente, volto nua para a cama, deito-me sob aqueles contos de fadas
Solto meus cabelos, deixo-os livres para serem tomados pelo vento
Livro-me do medo de estar sozinha, lembro-me da singela companhia da vela
Por fim, entrego-me aos prazeres da solidão. Adormeço e volto a sonhar.
(27/03/2010)