quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Falta bem pouco

Today

Como se estivesse entre duas paredes que se fecham aos poucos. Nao que eu esteja sem saida. Mas me sinto um pouco sufocada. Presa aos meus proprios sentimentos.

Basta coragem para abrir a porta, sair correndo e me livrar de tudo isso...

(30/12/09)

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O que o tempo vem trazer

Mudancas virao com o tempo

O que via nao era mais um rosto bonito, alegre. Tinha agora uma face cansada, marcada pelo tempo. O pouco tempo que passou. Marcas pouco visiveis aos outros olhos, mas aos meus, grandes mudancas. Quase nao me reconheci. Cheguei a ficar dias sem me olhar, para ver se nao era delirio meu aquela imagem que vi. Foi quando me dei conta de que muita coisa ainda mudaria. Seriam ainda mais visiveis. Aos meus e aos olhos dos outros. Fazia parte. A mudanca viria com o tempo. Havia tambem outras marcas que ele deixaria, essas, ainda mais importantes. Os anos me deixariam lembrancas, saudades. Isso me trazia alegria. E quando olhei para o espelho novamente, esqueci das mudancas e sorri, porque lembrei de voce. Sentia saudades. (28/12/09)

domingo, 27 de dezembro de 2009

Algo um pouco assustador

Pensamento

De tarde, ainda com os olhos abertos, fico a pensar em você. E se ouso, por um minuto, fechar meus olhos, todos os sonhos que me vem a cabeça se remetem a você.

E nesses sonhos, tudo eh tão real, que passei a dormir mais que antes. Assim, posso ter, por algum tempo, a chance de estar contigo. Lado a lado. (29/11/09)

p.s: E eu, outra vez, com a temática de sonhos...rs

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Existe sonho realidade?

Se eu pudesse escolher

Se ao fechar os olhos para dormir outras coisas eu imaginasse. Não apenas uma avalanche de sonhos me viesse. Irreais. Fantasias nunca realizadas. Desejos quase impossíveis. Se eu pudesse, ao menos uma vez, escolher meus sonhos. O que me vem a cabeça. Não iria querer apenas te imaginar. Gostaria de poder te ver. Assim, meus sonhos não seriam irreais. Minhas fantasias passariam de uma mera ilusão. E, então, eu não abriria meus olhos nunca mais. (23/12/09)

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Até meus olhos

Um lar

Por vezes, olho a janela. Entao, quero e nao quero. Desejo e nao posso, tudo ao mesmo tempo. Na verdade, nao sei bem o que sinto realmente quando me perco ao olha-la. Mas algo aperta o meu peito. Paro um instante. Fecho suavemente meus olhos. Respiro profundamente. Volto em todos os lugares que nunca desejei partir. Faco uma longa viagem. E volto a realidade. Meus olhos procuram um lugar familiar naquela paisagem. Quem sabe, um lar. (21/12/09)

domingo, 20 de dezembro de 2009

Quando estamos longe de casa

Saudadezinha

Alguns dias sao diferentes. Desanimados. Quando nos damos conta, vemos que o que nos faz triste eh uma saudadezinha profunda. Que incomoda bastante. E entao temos vontade de correr...o que desejamos? Voltar para casa.
(19/12/09)

p.s: Que fique claro: Eu sinto falta de casa.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Algo se quebrou, e eu nao tenho ideia do que foi. Mas dessa vez eu aprendi com ela.

Outra coisa que partiu

Mais um vez via a mesma cena
Outra coisa se partiu dessa vez
Foi jogada ao chão com violência
Com extremo desapego

E obviamente se quebrou
Coisa importante, mas que se despedaçou
Estava agora toda estilhaçada
Dessa vez as lágrimas não foram derramadas

Pois tinha um coração frio
E certeza de que não sentiria sua falta
Na verdade, desejava que ela se fosse
Tivera sempre vontade de se livrar daquela coisa

Olhei para a cena, que antes seria triste
Sorri, talvez tivesse aprendido
Havia entendido o significado do ir embora
Me voltei e parti também, agora mais aliviada que antes
(13/12/09)

sábado, 12 de dezembro de 2009

O esquecer faz parte do medo tambem

Esquecer

O silencio. A saudade. Tinha medo. Não tinha nada, mas esperança. Persistia naquilo. Proibia a si mesmo de desistir. Nunca, jamais! Fosse o que fosse, acontecesse o que acontecesse. Já havia começado. E tinha determinado que iria terminar. Levantou a cabeça. Se encheu de bons pensamentos. Voltou a caminhar. Por fim, esqueceu-se de que algo poderia dar errado. (11/12/09)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Falta mesmo coragem, apesar de tudo?

Apesar de tudo

Finjo não te ver, não te querer
Quando tudo em mim grita
Mesmo assim eu continuo a me contrariar
Como posso simplesmente dizer não?

Sei que quando você se for
Sentirei sua falta
E assim verei o quanto te quis
Sempre então lembrarei de ti

A menos que te diga agora
Talvez eu ainda tenha tempo
Será que há coragem em mim?
Não sei, acho que nunca saberei

Apenas peço que não se
Continue a me amar
E mesmo que eu te rejeite
Saiba que sempre te amei
(15/09/09)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Nao sei mais o porque

Desejo tanto

Nesses dias gostaria de estar ao teu lado. Quando poderíamos conversar. Te diria aquilo que atribula a minha mente. E ouviria o que tens para me dizer. Queria poder te falar tudo, mas ao mesmo tempo não posso. E então fico apenas com a vontade. Guardo minha saudade comigo. Me faz falta tua presença. Me dói por demais a tua ausência. Seria tão mais fácil se eu pudesse olhar para os teus olhos, segurar a tua mão e esquecer o resto. A viagem seria mais bonita, infinita.

Já não sei mais por que quero tanto tudo isso. Parece-me tão inútil. Não te terei mesmo. Sinto a distancia entre nós cada vez maior. Existe agora um abismo. E a saudade que me consome se intensifica. Será somente ilusão, ou estamos realmente nos afastando? Não sei mais nada. Não sei mais o porque. Mas isso também não me importa mais. Posso simplesmente fechar os olhos. Depois disso, não paro. Construirei as mais diversas situações contigo, aproveito que nesse momento sou eu quem controla minha imaginação. Continuo a imaginar. E volto a acreditar que um dia estaremos mais próximos, talvez abraçados. (8/12/09)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Um desespero toma conta de mim

Agoniada

Sentada naquela pequena sala, em um ambiente nada familiar, permaneceu durante horas. No começo fora difícil, depois se acostumara a esperar. Estava começando a desenvolver um dom, a paciência. Era impressionante como era paciente. Não se cansava, não se irritava e pouco se importava em ter de esperar por tanto tempo. Gostava ate, talvez pudesse, naquele breve, ou nem tanto, momento, pensar em outras coisas.

Enquanto esperava, se intrigava com questões reflexivas. Era o que sempre fazia nesses momentos totalmente introspectivos, onde ela nem se quer podia conversar. Mesmo que pudesse, todos eram estranhos, nunca os tinha visto, mas os achava ate que simpáticos.

As perguntas que perambulavam por sua cabeça eram meio esquisitas, um pouco diferente das que casualmente vinham a tona. Essas eram um pouco menos complexas, devia ser o cansaço. Já nessa parte do dia, não aguentava mais ficar ali sentada, vendo o tempo passar. Perdera totalmente a paciência que havia adquirido e aprendido a ter perante situação como aquela. Ela se sentia em uma prisão, não gostava daquela sensação. Os minutos pareciam meses, pelo fato de não poder utilizar relógio, eles haviam sido banidos. Isso era uma grande tortura, pois se baseava nas horas.

Agora, tudo o que tinha a fazer era se distrair com outra coisa que não o tempo. Começou a ler tudo o que havia em volta. Em pouco tempo se cansou. Lera mais de mil vezes as mesmas palavras cansativas. Então começou a pensar. Mas isso a perturbava, não estava consciente o bastante para isso. Voltou então a tirar o esmalte das unhas. Isso parecia ser interessante, menos pelo fato de ser muito demorado e trabalhoso. Resolveu que iria pintar as partes em branco do caderno. Pintou, pintou, pintou. A agonia lhe sufocava cada vez mais agora. Tentava relaxar, mas todo o seu corpo já doía. Estava completamente estraçalhada. Já era desesperador permanecer naquela sala sentada por mais alguns instantes. Era toda branca, as cadeiras todas iguais, enfileiradas e muitas pessoas quase mortas sentadas umas atrás das outras. Tinha vontade de sair correndo, iria dali direto para o hospital.

Começou a pensar sobre as coisas que mais gostava, e tentou fazer então uma viagem. Quase fechou os olhos, mas não tivera tempo. Assim que imaginou estar perto daquilo que mais gostaria de ter junto dela, foi avisada de que poderia se retirar. Saiu as pressas, mas ainda levava consigo o desejo de viajar, de fechar os olhos. (6/12/09)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Porque hoje eu vou sentir a sua falta, demais

Não quero acordar, jamais, jamais.

Não sinto mais a mesma coisa
O mesmo sentimento, a mesma sensação
Esta tudo tão diferente, tão transformado
Que já não reconheço mais nada, estou perdida

Nesse turbilhão de coisas que estão acontecendo
Que estou sentindo, e que estou vivendo
Jamais, por mim, vividas, ou imaginadas
São como surpresas, surpresas diárias

E como eu gosto de vive-las, de senti-las
Talvez fossem as coisas que sempre busquei
Poucas vezes as encontrei, mas finalmente consegui
Achei o que buscava secretamente em meus sonhos

As vezes demoro a acreditar no que acontece
Parece tanto mais um sonho meu, sempre estou pronta para acordar
Mas algo forte me puxa novamente para essa aventura, essa realidade
E volto a viver minha realidade fantástica, onde passei a ser mais feliz

Consigo, por alguns segundos, me reencontrar
Mas já eh tarde demais, me perdi nesse sentimento doido
Nessa realidade fantástica que me faz tão bem
Que desejo, que mesmo sendo tudo um sonho, eu não acorde jamais, jamais.
(3/12/09)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Pequeno segredo expresso

E você? do que tem mais medo?

Liberdade

Poder gritar, extravasar
Ter liberdade, para ir e vir
Tenho medo de não querer voltar
Mas ainda mais de não partir.
(Setembro de 2009)

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Vemos as coisas como os nossos sentimentos

A cadeira

Tudo o que via era uma cadeira vazia
Solitária, que girava, sem ninguém
Parecia tão triste, tão infeliz
Pequena, pois fora esquecida

Sozinha, sem rumo
Trazia grande melancolia
Tinha sido abandonada
Seu dono a deixara, como coisa qualquer

Era, de certo, uma cadeira valiosa
Diferente, não era igual as outras
Talvez nem fosse uma cadeira
Via naquele objeto algo a mais

Podia se sentir dentro dele
Entendia a tristeza ali presente
Foi tão fundo que descobriu a verdade
A cadeira, era seu coração
(30/11/09)

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Por qual deles optar?

Necessidade

Uma janela a sua frente. Luzes apagadas. Ela se debruça, afim de tentar observar as pessoas que passavam na rua. Já era quase noite, pouca iluminação. Uma brisa fria começava a entrar, antes, passava pelo seu corpo. Nesse dia ela não havia feito absolutamente nada. Decidira que se trancaria em casa e ficaria la todo o tempo. Revezava entre ler, dormir, comer e assistir filmes. Tinha um imenso prazer em fazer isso. Com os livros, podia viajar para muito longe. Dormindo, poderia sonhar com todas as coisas que desejava. Comendo, saciava as vontades. E assistindo filmes, poderia colocar para fora choros guardados há anos. E os fez. Se sentiu aliviada, completamente. Mas mesmo com tudo aquilo sentia falta de alguma coisa. E ela já não sabia mais o que era. Mas buscava essa resposta, por isso olhava pela janela e observava o mundo la fora. E mesmo que o que necessitasse encontrar estivesse somente dentro dela, tentava primeiramente enxergar o mundo com outros olhos. Estava farta de ser a mesma pessoa de antigamente. Achava que deveria mudar, seria o melhor caminho. Se faria outra pessoa, para depois descobrir quem fora a antiga. Voltando para a janela, ela começara a ter a vista embaçada pela noite que escurecia o céu lentamente. Por um segundo sentiu uma necessidade enorme. Incontrolável.

PRIMEIRO FINAL: A necessidade que sentia de se jogar por aquele espaço a sua frente era gigantesca. E por mais que tentasse, havia algo que a impedia. Tentou, e por vezes, falhou. Pensou que era muita fraqueza se arremessar assim, apenas por querer se livrar daquele sentimento horrível. Sentimento que ardia, e que queimava seu peito. Mas não conseguia enxergar outra alternativa, senão, essa para conseguir entender o que lhe fazia tanta falta. O que lhe dava a sensação de vazio. Voltou mais uma vez a janela, essa foi a ultima, olhou por inúmeros minutos, em sua cabeça a cena de seu corpo estirado no chão. Não suportaria. Ficar presa dentro daquele apartamento a sufocava. Agora, queria sair. Talvez isso lhe trouxesse alguma resposta. Mas em vão, quando voltou, o mesmo abismo a habitava. A janela, onde nunca mais estivera perto, ainda lhe dava a mesma vontade. Algo tão inexplicável não seria o bastante para que ela se entregasse assim. Era apenas um vazio. Mesmo que doesse, ela era mais forte. Decidiu superar o medo, e voltou a janela. Entendeu que deveria esperar, o tempo lhe traria a resposta, esperaria o quanto fosse. (29/11/09)

SEGUNDO FINAL: Voou por alguns minutos. Os mais intensos de sua vida. Abriu os braços e teve a maior sensação de liberdade do mundo. Relembrou todos os momentos felizes. E fechou os olhos fortemente, para imaginar que seria assim para sempre. Algumas lágrimas escorreram. Mas ela não ousou abri-los. E pouco depois chegou ao fim. O voo havia terminado. Já deitada, como suas ultimas palavras deixou “Para que eu me refizesse, foi necessário morrer”. (29/11/09)

sábado, 28 de novembro de 2009

Quem eh voce? Que tanto me fascina, mas que eu nem mesmo conheco?

Você, que não conheço (Para meu admirado secreto II)

Luzes enfeitam seus cabelos
Cores invadem meus olhos
Cheiros me trazem para perto
Me atraio por cada detalhe seu

Eu me envolvo pelas tuas palavras
Teu sorriso me agrada
Os olhos brilhantes, me enfeitiçam
Me sinto presa a você

Ligada aos teus versos
As tuas poesias, teus encantos
Te vejo em todos os meus sonhos
Quem eh você, pessoa que me fascina?

Alguém que eu não conheço
De toque desconhecido
Procuro teu cheiro nas flores
Meus lábios querem os teus

Detesto toda essa necessidade
Essa saudade do nunca vivido
Mas eu tenho meus sonhos comigo
Para poder abraça-lo, para sempre
(25/11/09)

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Algo se quebrou, e eu nao tenho ideia do que foi. Sei apenas que ela nao poderia ter partido

Não, era exatamente o que não poderia partir

Quebrou-se inteira, subitamente
Pedaços se espalharam por todos os lados
Em mil foi repartida, se esparramou pelo chão
Quem saberia conserta-la?

Seria mesmo possível refazê-la?
Era tão preciosa, tão inestimável
Fora sempre importante
Como podia se perder assim, de repente?

Não poderia imaginar tal desgraça
A perda era gigantesca, irreparável
Nada a faria voltar, nada a traria novamente
O que se podia fazer no momento era lamentar

Um dia, talvez, pudesse ser substituída
Outra poderia ocupar seu lugar
Faria o mesmo papel, mas não seria a mesma coisa
Muita audácia dizer que foi esquecida, jamais

Para sempre serás lembrada
Foste a coisa mais importante
Que se foi, e nunca poderá retornar
A única que sabia todos os meus segredos
(25/11/09)

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Tamanha era a fome, que me envolvi completamente. Fui parar em outro mundo

Sensações de uma leitura

Sentei-me na cama e abri mais um de meus velhos livros. Eu tinha mais agua na boca do que antes. Tinha fome de leitura. Meu coração acelerou imensamente, quase saltou pela boca. Com os olhos cheios d’agua fui abrindo a capa. Li com grande emoção as primeiras paginas, as primeiras letras. Por um segundo me senti elevada. Em outra dimensão. Meu corpo voava, as palavras daquele livro percorriam meu corpo. Chegavam em minha cabeça e ali ficavam estacionadas. Ecoavam em minha mente como sussuros ditos ao do ouvido.

Por entre as letras negras sobre as paginas brancas fui percorrendo, com grande adoração. A cada frase me encantava mais. Maior era a minha vontade de nunca mais soltar aquele objeto. Desejava te-lo em minhas mãos sempre. E as lágrimas caiam toda vez que um capitulo terminava, e eu me dava conta de que o livro não demoraria a desaparecer.

Com gula, engolia o conteúdo escrito. Tamanha era a fome. Compulsivamente, meus olhos passavam e rapidamente absorviam as belas cenas descritas. As imagens do que era narrado me contagiava e eu formava, de tanta felicidade, poças d’agua. As paisagens eram as que eu sempre sonhei. Em sonhos secretos, eu sonhava com aquelas mesmas coisas. Meus maiores desejos estavam ali agora, diante de mim mesma, em forma de historia.

O tempo foi passando, e as paginas acabaram. Se esgotaram, não havia mais nada que eu pudesse ler. E como se me conformasse, o fechei. Coloquei sobre a prateleira, e o guardei com os milhares de outros que já havia lido. Enxuguei o rosto e fui ate a estante com livros desconhecidos. Que jamais eu tivera contato. Escolhi um, abri e comecei a ler. Me senti absorvida mais uma vez. Então pude voltar para aquele mundo de antes. (24/11/09)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Em poucas linhas, o meu maior segredo

Observar

Pela janela, fico a observar. Vejo milhares de pessoas todos os minutos. Elas passam e não me vêem. Observo cada detalhe. Desde o sapato, ate o cabelo. Procuro tentar, magicamente, saber o que pensam. Eu desejo, eu necessito saber. Tenho vontade de conhecer quem são. De onde vem. Para onde vão. E começo a me questionar, sobre mil coisas sobre todos eles. Fico atonita. Agoniada. Como será que se chamam? Um dia, será que vou conhece-las? Terei eu coragem de lhes dirigir ao menos uma palavra? Perguntar tudo o que me vem a cabeça? Quem são realmente eles? Será que eles sabem?

Depois de algum tempo me acalmo subitamente. Me vem então a cabeça perguntas ainda piores. E eu começo a me observar. Olho meus sapatos, velhos, sujos. Minhas roupas, não muito bonitas e tristes. Me olho no espelho, um rosto cansado. Meu cabelo revoltado. E começo a me perguntar se eu sei quem eu sou. Se sei para onde vou, e de onde vim. E finjo, muitas vezes, não me conhecer. Eu desejo desaparecer na maior parte do tempo. Por isso, talvez, eu queira tanto saber mais sobre os outros e menos de mim.

Quando paro e reflito vejo que pouco sei quem sou. Na verdade, não sei nada. E me canso rapidamente de tentar conhecer-me. Passo a desejar que os outros me descubram. Então volto a olhar pela janela. Fico a observar. (24/11/09)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Quando eles se encontram

Troca de olhares

Entre olhares, entre cores
Era uma simples troca de afeto
Parecia pouco, e era muito
Tudo em um só instante

Se resumia em dois corpos
Eram dois olhos se admirando
Duas pessoas se encontrando
E elas eram puro envolvimento

Um brilho estonteante no olhar
Encaixe perfeito, conectividade
Os dois não se desencontravam
Ficavam juntos ate mesmo em seu piscar

Tudo era tão perfeito, inédito
Nunca eles haviam se aproximado
Eles não se conheciam, e pareciam tão íntimos
Tudo fora uma troca de olhares, um pequeno momento
(15/11/09)

sábado, 21 de novembro de 2009

Foi necessario apenas uma melodia, para que eu me encantasse toda

A Melodia

Uma simples melodia bonita
Me senti envolvida, elevada
As notas tinham perfeita harmonia
Tudo era tão deslumbrante

A cada batida, meu coração vibrava
A felicidade me tomou naquele momento
Em uma fração de musica, um encontro
Entre o som e a alma

Os ouvidos agradeciam a coordenação
Juntamente com os olhos, que a viam
E todo o corpo que, com toda aquela calmaria
Estremecia suavemente, tomado pela paz

Não soube descrever o que sentia no instante
Mas, com certeza, foi algo muito bom
Intenso desde o inicio
No fim, pude escolher entre o silencio e a repetição
(16/11/09)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Simples beleza

A flor

Sinto o cheiro
Vejo a beleza
Em cada pétala
Algo diferente

Suas cores encantam
Brilham com o sol que nasce
Seu cheiro fascina
Exalam um doce perfume

Dentre as coisas mais belas
Dentro tudo que admiro
És tão meiga, és pura
Traz a vida, mesmo em leito de morte
(17/11/09)

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Sobre o momento em que me reencontrei, anos depois

Reencontro

As margens daquele rio tive uma visão
Me debrucei e consegui ver a minha imagem
Um tanto cansada, com olhos de quem não dorme
Mas não desanimei, voltei a olhar para aquele rosto

E eu ainda podia ver um brilho em meu olhar
Vi também uma boca, nela, um sorriso
Os cabelos, antes negros, agora quase nuvens
Percebi que o tempo tinha passado

Com ele, fora a minha beleza, minha juventude
Minha pele, agora toda enrugada, era ainda macia
Lembrei de todos os que haviam tocado-a
Pude sentir todos os toques outra vez

Uma grande felicidade me invadiu
Consegui reviver todas as lembranças do passado
Isso na fração do segundo entre me olhar e relembrar
Levantei então, dei uma ultima olhada, e segui, contente
(17/11/09)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Acredito que estava sonhando com esse momento

Um fim de tarde com você

E era apenas mais um fim de tarde
O sol se punha lentamente
As cores formadas no céu eram lindas
E era possível ver as pessoas pararem para admira-lo

E todo dia era daquele jeito
As mesmas cores, as mesmas pessoas
Era sempre o mesmo fim de tarde
Com o mesmo por-do-sol

Exceto naquele dia, exceto naquele fim de tarde
Onde eu me encontrava diferente, mudada
Não apenas por poder ver toda aquela maravilha
Mas porque tinha algo especial, totalmente novo

E a mistura de fim de tarde com você, foi perfeita
Nunca senti tanta felicidade em meu coração
Jamais pude imaginar que teria a oportunidade
De te ter ao meu lado junto a um por-do-sol

E o sol se punha lentamente
As cores eram diferentes, e as pessoas também
E eu ainda mais, eu estava me renovando a cada minuto
E ao final daquele fim de tarde, nos beijamos lentamente, como o por-do-sol.
(15/11/09)

domingo, 15 de novembro de 2009

Um pouco sobre sonhos

Ah sonhos!

Ah sonhos! Que não se vão...
Sonhos impossíveis
Como eu queria que fossem todos possíveis
Que tudo fosse certo, assim, a morte

Mesmo sabendo que poderão não se realizar
Continuo a sonhar
Com esperança talvez
Ah sonhos, por que me vem?

Um dia irei realiza-los
Com certeza, como o sol nasce todo dia
Como a flor desabrocha na primavera
Como de noite, ah sonhos! Vocês voltam...
(1/10/09)

sábado, 14 de novembro de 2009

Fazemos viagens, mas, as vezes, nao percebemos

Viagens

Simples brisas parecem me carregar
Me levam para tão longe
E depois me trazem de volta
Para começar tudo outra vez

Os raios do sol parecem me aliviar
Me fazem esquecer todas as dores
E depois me trazem de volta
Para começar tudo outra vez

A lua parece me acalmar
Me traz um sono profundo
E depois me traz de volta
Para começar tudo outra vez

Você parece me levar para outro lugar
Me da um sensação de felicidade eterna
E depois não me traz para a realidade
Porque essa ida não tem mais volta
(12/11/09)

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Qual sera seu significado?

Pingo D'agua

Apenas mais um pingo
Nada mais que isso
Mas tudo se transforma
Como se ele fosse a coisa mais importante

Talvez seja mesmo
Mesmo sendo um pingo
Aquele que caiu
E ninguém nem notou

Um dia ele pode ser tão significante
Mudar tanta coisa
Deixar de ser mais um pingo
Pingo d'agua criara uma forma
(27/11/09)

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Passos incertos por caminhos desconhecidos

Indo

Meus passos são incertos
Não sigo mais pegadas
Caminho infinito
Destino vazio

Ando sem direção
Não quero saber do fim
Cuido apenas para seguir
Mesmo que não adiante

Vou, mais não sei aonde
Estou aqui de passagem
Sou mais um visitante
Sigo, pois, em frente

Nunca sei se volto
Portanto não me espere
Sou daqueles indecisos
Não tenho planos para nada
(19/10/09)

sábado, 7 de novembro de 2009

Sobre o tempo que perdi

Tempo perdido

Por medo
Vergonha
Insegurança
Tempo perdido

Pelas escolhas erradas
Palavras mal usadas
Uma vida inteira enganada
Tempo perdi

Por orgulho
Egoísmo
Ignorância
Tempo perdido

Pelos sentimentos forcados
Pensamentos equivocados
Uma vida inteira sacrificada
Tempo perdi

Por amor
Cuidado
Carinho
Tempo perdido

Pelas vontades não saciadas
Sonhos jamais realizados
Uma vida inteira sem sentido
Tempo perdi
(21/10/09)

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

No fim, eles se uniram

O beijo

Telefone toca. Coração dispara. Passos largos e rápidos. Finalmente ela o atende. Após alguns minutos eles desligam. As mãos tremiam, o corpo estava agitado. O suor escorria pelo seu rosto. O nervosismo era evidente.

Campainha toca. Olhares pela fechadura. Porta aberta. Olhos nos olhos. Os rostos se aproximam. A batida dos corações podem ser ouvidas. As mãos se juntam. Ela sorri. Ele coloca sua mão sobre seu peito. A ansiedade e o nervosismo aumentam.

Conversa. Risada. Olhares. Toques. Os dois se sentam. Ela deita sobre suas pernas. Cabelos soltos. Carinho. Os dois se aproximam. Suor escorrendo pelos corpos. Os lábios se encontram. As mãos tremem. O corpo não responde. As bocas não se separam. O tempo para. Tudo parece devagar. O beijo.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O que eu vi aquele dia: um barco sobre o mar

Navegando

Navegando, navegando
Por entre as ondas, navegando
Flutuando nas calmas águas
Entrando em alto mar

Azul vibrante, navegante
Águas turvas do mar
O barco passa navegando
Trazendo as novas que vem de la

Ondas curvas, navegantes
Mar profundo do alto mar
Um barquinho vem chegando
Me fazendo navegar
(4/11/09)

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Sera o destino?

Encontros

Encontro rápido no elevador. Troca de olhares. Sorrisos tímidos. Ele abre a porta para ela. Outro sorriso sem jeito. Longo tempo ate se encontrarem outra vez...agora nas escadas. Sorrisos e olhares. Alguma conversa. Nasce um interesse. Varias vezes se esbarram no prédio.

A campainha toca. Ela abre. Flores. Portas fechadas. Os dois se sentam no sofá. Conversam por horas. Os rostos começam a se aproximar. Os corpos ficam trêmulos. As mãos esfriam. O coração acelera. Os lábios se juntam, línguas se tocam, olhos se fecham. Mãos dadas. Depois carinho nos cabelos. Na pele. Arrepio. Outra vez se beijam. Mas agora já deitados. Leves toques pelo corpo. A mão faz uma viagem, sente o calor da pele. Suspiros. (1/11/09)

domingo, 1 de novembro de 2009

Logo pela manha

Não gosto muito desse...

Em alguns minutos

De manha, abro os olhos. Ainda eh madrugada. O céu continua escuro. Nenhum sinal do sol. Poucos carros passam pela rua. Quase ninguém nas calcadas. A brisa pode ser sentida na pele. Desejo não levantar nunca. O corpo ainda esta quente da cama. O resto tem marcas da noite. Mesmo assim me levanto. Vou ate o banheiro. Meu olhar se encontra com meu próprio rosto no espelho. Face cansada. Olhos quase fechados. Cabelo revolto. Lavo o rosto com agua fria. Escovo os dentes. Caminho ate a cama. Deito com mais sono que antes. Alguns pensamentos vem a cabeça. Mas o sono eh tão grande, que viro para o lado e adormeço. Volto a sonhar. (3/09/09)

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Sao precisos apenas alguns segundos para que tudo mude, para sempre

Um dia

Mais um dia havia começado. Havia sol la fora. Nada de chuva nesse dia, tudo parecia bem. Ela dormia profundamente, sozinha em sua cama. O corpo ainda sentia o frio da noite anterior. Sua pele se arrepiava a cada sopro de vento que entrava pela janela. Seus cabelos estavam revoltos, jogados por todo o travesseiro.

O despertador tocou. Seus olhos se abriram, um lindo sorriso nasceu em sua boca. Ao se virar e vislumbrar aqueles raios de claridade, sentiu uma imensa felicidade dentro de si. Levantou calmamente. Ela queria que aquele dia fosse diferente. Foi ao banheiro. Onde se olhou no espelho, ainda muito contente. Entrou no banho. Aquela agua fria que caia sobre seu corpo, lhe trazia uma paz, uma sensação de liberdade. Tudo daria certo naquele dia, ela tinha certeza.

Se enxugou e vestiu o mais lindo vestido. Desceu as escadas, estava radiante. Qualquer um se apaixonaria por ela. Sua beleza estava ainda maior e mais viva. Pegou uma fruta na geladeira, e a cada mordida se deliciava mais com seu sabor.

Por fim, saiu de casa. Foi ao escritório. Todos aquele dia paravam para admira-la. Ela realmente estava bem, se sentia bem com ela mesma. Isso fez com que todos a percebessem. Entrou em sua sala, e ali ficou ate o fim da tarde, saiu apenas para almoçar. Quando chegou a noite, foi para casa. Cansada, mais ainda com muito brilho.

Tudo aconteceu realmente quando estava no carro. Sua vida toda era aquele momento. O começo, e o fim. Não havia nada que pudesse ter feito. Tentou de tudo, mas em vão. A vida tinha terminado naquele pequeno instante. Tudo se perdeu. E o dia a levou consigo para sempre. (18/10/09)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A vocês, companheiros de toda viagem

Aos meus queridos amigos

O sopro do vento me traz vocês de volta
Me faz lembrar do que já vivemos
Momentos felizes em que sorrimos
Em que estivemos juntos

A luz do sol me traz vocês de volta
Me renova as esperanças
De que um dia tudo mudara
E que seremos feliz para sempre

O brilho das estrelas me traz vocês de volta
Em mim faz doer a saudade
De não te-los mais por perto
A solidão em que passei a viver

Os meus olhos me trazem vocês de volta
Porque posso vê-los, quase toca-los
A imagem daquilo que me eh importante
Traz para mim o que sempre quis perto

O meu corpo me traz vocês de volta
Porque posso senti-los, abraça-los
Sentir a batida dos seus corações
Traz para mim o que sempre desejei

O tempo me afasta de vocês
Porque os carrega
Os leva para longe
Mas nunca para sempre
(18/10/09)

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Talvez nao sejas mais tao secreto, mas ainda es admirado

Para meu admirado secreto

Tens noção da minha admiração?
Do quanto me encantas?
Por todo seu mistério
Por toda sua graça

Pouco te conheço
O suficiente para admirá-lo
Concluo que quando conhecê-lo
Me encantarei ainda mais

És muito diferente
Instigante e secreto
Tens algo a mais
Tu me cativas cada dia

A mim, ser tão comum
Resta apenas desvendá-lo
E a cada descoberta
Admirá-lo mais
(27/10/09)

Da agua para o vinho

Eis que chega o amor

Lágrimas correm pela face. Olhos carregados de tristeza. Coração bate com fraqueza. A boca sente o gosto salgado das gotas que caem sobre ela. A pele sente a falta do toque. E a vida perde o sentido. O frio arrepia o corpo inteiro. O soluço toma o lugar das palavras. A solidão invade tudo la dentro. Faz do coração, frágil. Do pensamento, cruel. Da vida, inútil. Da ausência, o fim. Da felicidade, impossível. Mas eis que chega o amor...

Olhos penetrantes. Coração disparado. A boca tem uma forma bela, um sorriso. A pele sente o mais suave dos toques. O frio traz apenas mais calor. A palavra encanta. A solidão já não existe. O coração, acompanhado. O pensamento, apaixonado. A companhia traz a vida um novo começo. A felicidade eh o sempre. O amor tudo transforma. (17/10/09)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Primeira postagem: Quem eu sou?

Quem sou

Uma viajante
Apenas uma visita
Estou de passagem
Vou-me embora logo

Aqui prefiro não demorar
Não pertenço a esse lugar
Sou diferente de todo mundo
Procuro não deixar isso tão explicito

Não me reconheço no espelho
Mudei muito desde que cheguei
Por isso quero partir em breve
Não pretendo ser outra pessoa

Vivo de sonhos
Aqui existe apenas a realidade
Vivo de esperanças
Aqui existe apenas decepção

Viajo em meu próprio mundo
Mas aqui não tenho tempo
Não existe espaço suficiente para mim
Eu sou apenas mais uma

Nesse mundo procuro ser ninguém
Passar despercebida
Esquecer que não sou igual
Lembrar que logo partirei
(18/10/09)