quinta-feira, 1 de abril de 2010

Eu

Corpo em vento

Encontro-me deitada sob lençóis macios, verdadeiros fios de ouro
Sou puro esquecimento nesse instante, em que me encontro só
Lembro apenas meu nome, detalhe pouco importante agora
A chama de uma vela acesa eh a única iluminação disponível

Dança um leve ritmo, guiada pelo vento incessante
Sopra devagar, sem pressa, com doçura e reverencia
Carrega a bela forma a todos os lados, junto vão meus olhos
Paro um minuto, vejo-me acariciada pelos movimentos ao longe

Volto em meu corpo, tento retomar o passado e me achar completamente
Cerro meus olhos fortemente, observo a escuridão defronte meus olhos
Nenhuma lembrança da noite anterior vem-me a tona, preocupo-me
Saio de sob os lençóis, encontro-me nua, ainda tenho o corpo de antes

Caminho ate a porta, passo após passo, não pretendo fazer barulho
Ponho a mão na maçaneta delicadamente, faço um perfeito contorno
Tenho um grande cuidado ao gira-la, um som estridente pode soar
Porta trancada! Estou presa em um quarto desconhecido, desespero-me!

Impaciente, volto nua para a cama, deito-me sob aqueles contos de fadas
Solto meus cabelos, deixo-os livres para serem tomados pelo vento
Livro-me do medo de estar sozinha, lembro-me da singela companhia da vela
Por fim, entrego-me aos prazeres da solidão. Adormeço e volto a sonhar.
(27/03/2010)

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