quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Tamanha era a fome, que me envolvi completamente. Fui parar em outro mundo

Sensações de uma leitura

Sentei-me na cama e abri mais um de meus velhos livros. Eu tinha mais agua na boca do que antes. Tinha fome de leitura. Meu coração acelerou imensamente, quase saltou pela boca. Com os olhos cheios d’agua fui abrindo a capa. Li com grande emoção as primeiras paginas, as primeiras letras. Por um segundo me senti elevada. Em outra dimensão. Meu corpo voava, as palavras daquele livro percorriam meu corpo. Chegavam em minha cabeça e ali ficavam estacionadas. Ecoavam em minha mente como sussuros ditos ao do ouvido.

Por entre as letras negras sobre as paginas brancas fui percorrendo, com grande adoração. A cada frase me encantava mais. Maior era a minha vontade de nunca mais soltar aquele objeto. Desejava te-lo em minhas mãos sempre. E as lágrimas caiam toda vez que um capitulo terminava, e eu me dava conta de que o livro não demoraria a desaparecer.

Com gula, engolia o conteúdo escrito. Tamanha era a fome. Compulsivamente, meus olhos passavam e rapidamente absorviam as belas cenas descritas. As imagens do que era narrado me contagiava e eu formava, de tanta felicidade, poças d’agua. As paisagens eram as que eu sempre sonhei. Em sonhos secretos, eu sonhava com aquelas mesmas coisas. Meus maiores desejos estavam ali agora, diante de mim mesma, em forma de historia.

O tempo foi passando, e as paginas acabaram. Se esgotaram, não havia mais nada que eu pudesse ler. E como se me conformasse, o fechei. Coloquei sobre a prateleira, e o guardei com os milhares de outros que já havia lido. Enxuguei o rosto e fui ate a estante com livros desconhecidos. Que jamais eu tivera contato. Escolhi um, abri e comecei a ler. Me senti absorvida mais uma vez. Então pude voltar para aquele mundo de antes. (24/11/09)

2 comentários:

  1. É descoberta de novos mudos!

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  2. Oi!
    Descobri seu blog no Blog da Tá! Então... vim aqui de intrometida!
    [desculpe, desculpe!]

    Eu sinto muito isso que você descreveu quando eu leio CLarice Lispector... Parece que me acende uma coisa que eu sempre levei dentro do coração e que não tinha dado a devida atenção! É quando uma parte de mim se solta e eu fico mais eu!

    Uhm-á!

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