domingo, 17 de janeiro de 2010

Feche os olhos

Rebentação

A vista da rebentação era realmente pacifica. Calma. As ondas se encontrando com as pedras. Se envolvendo. As gotas que voavam, achavam pés cansados e os molhava. Um friozinho vinha na barriga toda vez que a brisa leve soprava em seu corpo. Gentilmente, ele agradecia com um arrepio. O vento revoava seus longos cabelos. Fazia sua vista ficar encoberta. Suas mãos, os tiravam, para que, sobre as pedras, ela pudesse olhar o mar.

O sol já era fraco. Estava quase se pondo, trazendo a escuridão ao dia que partia. Mas seus olhos não cansariam facilmente de se esforçar para ver toda aquela beleza. Aquela magia das águas. Sublime.

Alguma coisa lhe enchia o coração de boas vibrações ali. O cheiro salgado do mar, a leveza com que a agua batia contra as rochas e quase as fazia suspirar. O umido que se formava. Era tudo perfeito, obra de Deus.

O barulho do mar correndo era poesia. Parecia estar sendo recitada em seus ouvidos. Palavra por palavra, ela as sentia. Sua alma ia, naquele instante, a um paraíso. Ao céu. E fazia uma eterna viagem por ele. Aos poucos, voltava. Lentamente, como o cair da pequena cachoeira que se formava la longe, quase no infinito, onde céu e mar se unem.

Estrelas anunciavam a chegada da noite. Pontos cintilantes. Iluminavam de uma forma diferente a paisagem. De repente, uma fina chuva gelada começou. Molhava sua pele. Fazia-a estremecer. Deitou-se para sentir melhor o impacto causado por ela ao cair no corpo. Adormeceu ao som do mar e do doce sabor das gotas. Sonhou. (16/1/2010)

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